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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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65poeta tira inspiração <strong>de</strong> sua subjetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixa a linha da imaginação, pois ela estápermeada por suas experiências e impressões da realida<strong>de</strong>.De acordo com Cara (1989, p. 8), a lírica para o poeta mo<strong>de</strong>rno e críticoreencontra sua antiga tradição musical e aponta para o estudo <strong>de</strong> Ezra Pound: o som e oritmo das palavras, a melopéia, po<strong>de</strong>m vir acompanhados da fanopéia, as imagens, e alogopéia, que são as i<strong>de</strong>ias do po<strong>em</strong>a. Elas se apresentam <strong>em</strong> maior ou menor grau:“Esses el<strong>em</strong>entos selecionados é que irão combinar-se para organização do textopoético”. O resultado da superposição <strong>de</strong> seleção e <strong>de</strong> combinação é a poeticida<strong>de</strong> dalinguag<strong>em</strong> que o linguista Roman Jakobson chamou <strong>de</strong> função poética da linguag<strong>em</strong>.(CARA, 1989, p. 8).É relevante ressaltar outro ponto convergente da poesia, <strong>de</strong>sta vez com o textoreligioso, por meio da afirmação <strong>de</strong> Júdice (1998), <strong>de</strong> que o ritmo e suas manifestaçõesformais são os traços do po<strong>em</strong>a que r<strong>em</strong>et<strong>em</strong> a sua m<strong>em</strong>ória e história, principalmenteconsi<strong>de</strong>rando sua orig<strong>em</strong> na oralida<strong>de</strong>. Porém, por essas características ele se confun<strong>de</strong>com o texto religioso, mítico ou ritual, pois essas são as formas do pensamentoprimitivo antes <strong>de</strong> ganhar autonomia. O vínculo entre o texto poético e o sagrado ou aodivino é permeado pela linguag<strong>em</strong> poética. Consi<strong>de</strong>rando que a linguag<strong>em</strong> poética éespecífica, Wolfgang Kayser afirma,Em contraste com a linguag<strong>em</strong> teórica, caracteriza-se a poética pelaplasticida<strong>de</strong> ou seja a especial capacida<strong>de</strong> evocadora. Não apresentaopiniões e discussões <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as, mas sugere um mundo naplenitu<strong>de</strong> das suas coisas. Não se referindo, como toda a outralinguag<strong>em</strong>, a uma objectivida<strong>de</strong> existente fora da língua, mas antescriando-a ela própria primeiramente, aproveitará todos os meioslinguísticos que lhe possam servir <strong>de</strong> ajuda (1976, p. 127).Assim, a obra poética resulta da linguag<strong>em</strong> elaborada <strong>de</strong> forma distinta erequer uma leitura interpretativa apropriada. Para Hamburger (1986), a teoria e ainterpretação lírica são dirigidas hoje, mais do que nunca, para o fenômeno puramentelinguístico-artístico, o po<strong>em</strong>a lírico. É <strong>de</strong> sua opinião que a composição lírica só po<strong>de</strong>ser aproximada <strong>de</strong>sse ângulo, porque o lírico se situa no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> enunciação dalinguag<strong>em</strong>. A arte lírica é o resultado do enunciado comandado pelo sentido que o eulírico a ele quer exprimir, utilizando-se dos “recursos lingüísticos, rítmico, métricos,sonoros, <strong>em</strong>pregados e até que ponto se torna perceptível a relação interior – isso tudo éo lado estético da criação literária”. (HAMBURGER, 1986, p. 179).

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