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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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139Fábricas a vapor! Cutelarias!E mecânicas, tristes fiações!B<strong>em</strong> sei que preparais corretamenteO aço e a seda, as lâminas e o estofo:Tudo o que há <strong>de</strong> mais dúctil, <strong>de</strong> mais fofo,Tudo o que há <strong>de</strong> mais rijo e resistente!Mas tudo isso é falso, é maquinal,S<strong>em</strong> vida, como um círculo ou um quadrado,Com essa perfeição do fabricado,S<strong>em</strong> o ritmo do vivo e do real!E cá o santo sol, sobre isso tudo,Faz conceber as ver<strong>de</strong>s ribanceiras;Lança as rosáceas belas e fruteirasNas searas <strong>de</strong> trigo palhagudo!Uma al<strong>de</strong>ia daqui é mais feliz,Londres sombria, <strong>em</strong> que cintila a corte!...Mesmo que tu, que vives a compor-te,Gran<strong>de</strong> seio arquejante <strong>de</strong> Paris!...Ah! Que <strong>de</strong> glória, que <strong>de</strong> coloridos,Quando por meu mandado e meu conselho,Cá se <strong>em</strong>papelam “as maçãs d’espelhos”Que Herbert Spencer talvez tenha comido!Para alguns são prosaicos,são banaisEstes versos <strong>de</strong> fibra suculenta;Como se a polpa que nos <strong>de</strong>ss<strong>de</strong>ntaN<strong>em</strong> ao menos valesse uns madrigais!Pois o que a boca trava com surpresasSenão as frutas tônicas e puras!Ah! Num jantar <strong>de</strong> carnes e gordurasA graça vegetal das sobr<strong>em</strong>esas!...Jack, marujo inglês, tu tens razãoQuando ancorado <strong>em</strong> portos como os nossos,As laranjas com cascas e caroçosComes com bestial sofreguidão!...***A Impressão doutros t<strong>em</strong>pos, s<strong>em</strong>pre viva,Dá estr<strong>em</strong>eções no meu passado morto,E inda vejo, muita vez, absorto,Pelas várzeas da minha retentiva.Então recordo a paz familiar,Todo um painel pacífico d’enganos!E a distância fatal duns poucos <strong>de</strong> anosÉ uma lente convexa, d’aumentar.

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