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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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109mundo prático, aos negócios que envolv<strong>em</strong> as pessoas impedindo-as <strong>de</strong> enxergar ascoisas simples da vida, como a <strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za da irmã, por ex<strong>em</strong>plo.Como afirma Jules L<strong>em</strong>aitre (apud LÔBO, 1999, p. 73): “O uso que faz CesárioVer<strong>de</strong> <strong>de</strong> palavras estrangeiras, sobretudo francesas, <strong>em</strong> seus po<strong>em</strong>as l<strong>em</strong>bra o gostodos escritores impressionistas, notadamente impressionistas, notadamente dosGoncourts, pelos neologismos e pelas expressões bizarras [...] Entre outros el<strong>em</strong>entos,explica Lôbo (1999) que a utilização <strong>de</strong> palavras estrangeiras por Cesário Ver<strong>de</strong>imprime aos seus textos um tom cosmopolita e uma maneira <strong>de</strong> evasão do lugar. Nopo<strong>em</strong>a Nós ele inclui outros lugares da Europa, como Liverpool, cida<strong>de</strong> inglesa, nasubseção três, quarta estrofe Que eu <strong>em</strong>barcava para Liverpool. A Europa do Norte nasubseção cinco, primeira estrofe: Sim! Europa do Norte, o que supões / Dos vergéis queabastec<strong>em</strong> teus banquetes, / Quando às docas, com frutas, os paquetes / Chegam antesdas tuas estações?! Hi<strong>de</strong> Park, localizado na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Londres, apresentado nasubseção cinco, quinta estrofe Palácios que ro<strong>de</strong>iam o Hi<strong>de</strong> Park. E na sétima estrofe, areferência aos anglo-saxônios, Anglo-Saxônios, ten<strong>de</strong>s que invejar! Londres e Paris nadécima terceira estrofe Uma al<strong>de</strong>ia daqui é mais feliz, / Londres sombria, <strong>em</strong> que cintilaa corte!... / Mesmo que tu, que vives a compor-te, / Gran<strong>de</strong> seio arquejante <strong>de</strong>Paris!...Na subseção sete, segunda estrofe menciona “Andalucia” (Andaluzia), regiãosul da Espanha e as “haciendas” (fazendas) na “Andalucia”. Nenhum lugar externo, sejacom seus produtos industrializados, ar<strong>de</strong>nte como <strong>em</strong> Andaluzia, ou intelectual comoParis, não são saudáveis como os campos <strong>de</strong> Portugal.O poeta sente orgulho <strong>de</strong> seus produtos agrícolas que abastec<strong>em</strong> lugares comprodução industrial, Londres, e também da produção intelectual, Paris, cida<strong>de</strong>s maisavançadas econômica e culturalmente que Portugal. No entanto, é Portugal que lhesfornece produtos <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>. O último país a que faz referência é a vizinha“adusta” quente e ar<strong>de</strong>nte Espanha, antiga rival e concorrente, apresentada na subseçãosete, primeira estrofe Os fruteiros, tostados pelos sóis, <strong>de</strong>monstrando uma produçãoagrícola prejudicada pelo calor, on<strong>de</strong> ocorr<strong>em</strong> doenças como a febre (“sezões”): Lábatiam o queixo com sezões!, <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> pessoas, gerações mais fracas.Na subseção oito há, porém, um retorno ao t<strong>em</strong>po presente, marcado no primeiroe segundo versos da primeira estrofe: Mas hoje a rústica lavoura, quer / Seja o patrão,quer seja o jornaleiro, direciona seu olhar para a situação do campo com suas pragas,

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