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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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140Todos os tipos mortos ressuscito!Perpetuam-se assim alguns minutos!E eu exagero os casos diminutosDentro dum véu <strong>de</strong> lágrimas bendito.Pinto quadros por letras, por sinais,Tão luminosos como os do Levante,Nas horas <strong>em</strong> que a calma é mais queimante,Na quadra <strong>em</strong> que o verão aperta mais.Como <strong>de</strong>stacam, vivas, certas cores,Na vida externa cheia d’alegrias!Horas, vozes, locais, fisionomias,As ferramentas, os trabalhadores!Aspiro um cheiro a cozedura, e a larE a rama <strong>de</strong> pinheiro! Eu adivinhoO resinoso, o tão agreste pinhoSerrado nos pinhais da beira-mar.Vinha cortada aos feixes, a ma<strong>de</strong>ira,Cheia <strong>de</strong> nós, d’imperfeições, <strong>de</strong> rachas;Depois armavam-se, num pronto as caixasSob uma calma espessa e calaceira!Feias e fortes! Punham-lhes papel,A forrá-las. E <strong>em</strong> grossa serraduraAcamava-se a uva pr<strong>em</strong>aturaQue não <strong>de</strong>ve servir para tonel!Cingiam-nas com arcos <strong>de</strong> castanhoNas ribeiras cortados, nos riachos;E eram d’açúcar e calor os cachos,Criados pelo esterco e pelo amanho!Ó pobre estrume, como tu compõesEstes pâmpanos doces como afago!“Dedos-<strong>de</strong>-dama”: transparentes bagos!“Tetas-<strong>de</strong>-cabra”: lácteas carnações!E não eram caixitas b<strong>em</strong> dispostasComo as passas <strong>de</strong> Málagas e Alicante;Com sua forma estável, ignorante,Estas pesavam, brutalmente às costas!Nos vinhatórios via fulgurar,Com tanta cal que torna as vistas cegas,Os paralelogramos das a<strong>de</strong>gas,Que têm lá <strong>de</strong>ntro as dornas e o lagar!Que ru<strong>de</strong>za! Ao ar livre dos estios,Que gran<strong>de</strong> azáfama! ApressadamenteComo soava um martelar frequente,

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