136E assim postas, nos barros e areiais,As macieiras vergadas fort<strong>em</strong>ente,Parec<strong>em</strong>, duma surpreen<strong>de</strong>nte,Os pólipos enormes, diluviais.Contudo, nós não t<strong>em</strong>os na fazendaN<strong>em</strong> uma planta só <strong>de</strong> mero ornato!Cada pé mostra-se útil, é sensato,Por mais finos aromas que rescenda!Finalmente, na fértil <strong>de</strong>pressão,Nada se vê que a nossa mão não regre:A florescência dum matriz alegreMostra um sinal – a frutificação!Ora, há <strong>de</strong>z anos, neste chão <strong>de</strong> lavaE argila e areia e aluviões dispersas,Entre espécies botânicas diversas,Forte, a nossa família radiava!Unicamente, a minha irmã,Como uma tênue e imaculada rosa,Dava a nota galante e melindrosaNa trabalheira rústica, al<strong>de</strong>ã.E foi num ano pródigo, excelente,Cuja amargura nada sei que adoce,Que nós per<strong>de</strong>mos essa flor precoce,Que cresceu e morreu rapidamente!Ai daqueles que nasc<strong>em</strong> neste caos,E, sendo fracos, sejam generosos!As doenças assaltam os bondososE – custa a crer – <strong>de</strong>ixam viver os maus!Fecho os olhos e cansados, e <strong>de</strong>screvoDas telas da m<strong>em</strong>ória retocadas,Biscates, hortas, batatais, latadas,No país montanhoso, com relevo!Ah! Que aspectos benignos e ruraisNesta localida<strong>de</strong> tudo tinha,Ao ires, com o banco <strong>de</strong> palhinha,Para a sombra que faz nos parrerais!Ah! Quando a calma, à sesta n<strong>em</strong> consenteQue uma folha se mova ou se <strong>de</strong>smanche,Tu, refeita e feliz com o teu “lunch”,Nos ajudavas, voluntariamente!...Era admirável – neste grau do Sul!
137Entre a rama avistar teu rosto alvo,Ver-te escolhendo a uva diagalvo,Que eu <strong>em</strong>barcava para Liverpool.A exportação <strong>de</strong> frutas era um jogo:Dependiam da sorte do mercadoO boal, que é <strong>de</strong> pérolas formado,E o ferral, que é ar<strong>de</strong>nte e cor <strong>de</strong> fogo!Em agosto, ao calor canicular,Os pássaros e enxames tudo infestam;Tu cortavas os bagos que não prestamCom a tua tesoura <strong>de</strong> bordar.Douradas, pequeninas, as abelhas,E negros, volumosos, os besoiros,Circundavam, com ímpetos <strong>de</strong> toiros,As tuas candidíssimas orelhas.Se uma vespa lançava o seu ferrãoNa tua cútis – pétala <strong>de</strong> leite! –Nós colocávamos <strong>de</strong>z réis e azeiteSobre a galante, a rósea inflamação!E se um <strong>de</strong> nós, já farto arrenegado,Com o chapéu caçava a bicharia,Cada zangão voando, à luz do dia,L<strong>em</strong>brava o teu <strong>de</strong>dal arr<strong>em</strong>essado.***Que d’encantos! Na força do calorDesabrochavas no padrão da bata,E, surgindo da gola e da gravata,Teu pescoço era o caule duma flor!Mas que cegueira a minha! Do teu porteA fina curva, a in<strong>de</strong>finida linha,Com bonda<strong>de</strong>s d’herbívora mansinha,Eram prenúncios <strong>de</strong> fraqueza e morte!À procura da libra e do “shilling”,Eu andava abstrato e s<strong>em</strong> que visseQue o teu alvor romântico <strong>de</strong> “miss”Te obrigava a morrer antes <strong>de</strong> mim!E antes tu, ser lindíssimo, nas facesTivesse “pano” como as camponesas;E s<strong>em</strong> brancuras, s<strong>em</strong> <strong>de</strong>lica<strong>de</strong>zas,Vigorosa e plebea, inda durasses!Uns modos <strong>de</strong> carnívora ferozPodias ter <strong>em</strong> vez <strong>de</strong> inofensivos;
- Page 1 and 2:
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁCE
- Page 4 and 5:
DEDICATÓRIADedicamos esta disserta
- Page 6 and 7:
Cesário diz-me muito: gostava de f
- Page 8 and 9:
ABSTRACTThe Portuguese poet Joaquim
- Page 10 and 11:
SUMÁRIORESUMO.....................
- Page 12 and 13:
CONSIDERAÇÕES INICIAISAo entardec
- Page 14 and 15:
12revelando nos versos a crise port
- Page 16 and 17:
14grau, ao seu contexto histórico
- Page 18 and 19:
16se começa a falar em método com
- Page 20 and 21:
18faleceu em Connecticut, em 1995.
- Page 22 and 23:
20do tipo original/cópia, centro/p
- Page 24 and 25:
22No entanto, Nitrini (2000, p. 184
- Page 26 and 27:
24Essa verificação de que “a ar
- Page 28 and 29:
26Os homens sempre utilizaram sinai
- Page 30 and 31:
28intelectual. Segundo Lichtenstein
- Page 32 and 33:
30observar bem para apreender a sem
- Page 34 and 35:
32apud AGUIAR e SILVA, 1990, p. 167
- Page 36 and 37:
34e justificam a proposta poética
- Page 38 and 39:
36A terceira tendência revolucion
- Page 40 and 41:
38incluindo-se Camille Pissarro. Na
- Page 42 and 43:
40mercado foi desenvolvido no exter
- Page 44 and 45:
42Pissarro morreu em novembro de 19
- Page 46 and 47:
44O segundo artista é Claude Monet
- Page 48 and 49:
46Figura 5 refere-se à tela A pont
- Page 50 and 51:
48fazem parte do segundo plano. O p
- Page 52 and 53:
50Silva Pinto, que se tornara colec
- Page 54 and 55:
52desdobramento da lírica. Do cont
- Page 56 and 57:
54Classes Laboriosas, em 1852, que
- Page 58 and 59:
56Faria e Maia, Manuel de Arriaga,
- Page 60 and 61:
58De forma aprimorada.E eu vou acom
- Page 62 and 63:
60poemas narrativos como “Don Jua
- Page 64 and 65:
62O que se configura na poesia de C
- Page 66 and 67:
64do modelo Aristotélico” (2001,
- Page 68 and 69:
66Ocorrem mudanças na sociedade bu
- Page 70 and 71:
68interpretação do verso contradi
- Page 72 and 73:
70Segundo Friedrich, a obra Flores
- Page 74 and 75:
72mundo; mas, por outro lado, o dâ
- Page 76 and 77:
744. CESÁRIO VERDE E CAMILLE PISSA
- Page 78 and 79:
76ao relacioná-lo com a abdicaçã
- Page 80 and 81:
78Camões. Há variantes entre a ed
- Page 82 and 83:
80mundo, ironicamente representado
- Page 84 and 85:
82sombrios da ordem social) é segu
- Page 86 and 87:
84Verde no século XIX que sabe que
- Page 88 and 89: 864.3 LEITURA DA PAISAGEM URBANA DO
- Page 90 and 91: 88Figura 8. PISSARRO, Camille. Boul
- Page 92 and 93: 90construções muito altas, árvor
- Page 94 and 95: 92Levou tempo para as pessoas se ac
- Page 96 and 97: 94data a expansão foi rápida, mas
- Page 98 and 99: 96Nas telas Boulevard Montmartre So
- Page 100 and 101: 98A carta é datada do dia 29 de ju
- Page 102 and 103: 100Na segunda estrofe, da parte I d
- Page 104 and 105: 102subjetiva, descreve pintando a c
- Page 106 and 107: 104da libra e do “shilling”, /
- Page 108 and 109: 106apresentam uma vida desgastada e
- Page 110 and 111: 108florestas em que há corsas, / N
- Page 112 and 113: 110falta de incentivo fiscal, técn
- Page 114 and 115: 112Figura 13. PISSARRO, Camille. Ho
- Page 116 and 117: 114da encosta do sexto plano com a
- Page 118 and 119: 116As Encostas de Vesinet, Yvelines
- Page 120 and 121: 118Imagem presente no poema OSentim
- Page 122 and 123: 120CONSIDERAÇÕES FINAISO homem in
- Page 124 and 125: 122Essas imagens chegam ao leitor e
- Page 126 and 127: 124REFERÊNCIASAGUIAR e SILVA, V. M
- Page 128 and 129: 126MOISÉS, M. A Literatura Portugu
- Page 130 and 131: 128Vê-se a cidade, mercantil, cont
- Page 132 and 133: 130E evoco, então, as crônicas na
- Page 134 and 135: 132E de uma padaria exala-se, inda
- Page 136 and 137: 134Fugiu da capital como da tempest
- Page 140 and 141: 138Tinhas caninos, tinhas incisivos
- Page 142 and 143: 140Todos os tipos mortos ressuscito
- Page 144 and 145: 142De como, às calmas, nessas excu
- Page 146 and 147: 144Chorassem de resina as laranjeir
- Page 148: 146Se inda trabalho é como os pres