Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM
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36A terceira tendência revolucionária, <strong>de</strong> acordo com Gombrich (2009),configurou-se com Edouard Manet (1832-1883) e seus amigos que, ao fazer<strong>em</strong> seusmo<strong>de</strong>los posar<strong>em</strong> <strong>em</strong> estúdios iluminados artificialmente, mesmo havendo lentatransição <strong>de</strong> cores para a sombra, concluíram que concebiam figuras e objetos sobcondições artificiais. Ao ar livre, porém, não se percebia a gradação das cores, explicaGombrich, mas “<strong>de</strong>scobriram que, se olharmos a natureza ao ar livre, não v<strong>em</strong>os objetosindividuais, cada um com sua cor própria, mas uma brilhante mistura <strong>de</strong> matizes que secombina <strong>em</strong> nossos olhos, ou melhor, dizendo, <strong>em</strong> nossa mente.” (2009, p.514).Francastel (1993, p.204) esclarece que “O Impressionismo surgiu com um processo <strong>de</strong>escrita, um método para projetar sobre a tela plástica <strong>de</strong> duas dimensões signos atraídos<strong>de</strong> uma natureza provedora <strong>de</strong> formas a <strong>de</strong>scobrir”. Esse importante movimento artísticot<strong>em</strong> a seguinte <strong>de</strong>marcação cronológica, <strong>de</strong> acordo com Francastel “Fixaram-se (...)vários momentos do Impressionismo: seu apogeu por volta <strong>de</strong> 1875, seu <strong>de</strong>clínio porvolta <strong>de</strong> 1885 e apenas Monet permanece fiel ao movimento.” (1993, p. 204). A orig<strong>em</strong>do termo “impressionismo” ocorreu <strong>de</strong> maneira peculiar, como nos relata Gombrich,Mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o próprio Manet ter ganhado certo reconhecimentopúblico, graças a seus retratos e composições figurativas, ospaisagistas mais jovens que ro<strong>de</strong>avam Monet ainda experimentavamdificulda<strong>de</strong>s para conseguir que suas telas não-ortodoxas foss<strong>em</strong>aceitas no Salon. Assim, resolveram reunir-se <strong>em</strong> 1874 e organizaruma exposição no estúdio <strong>de</strong> um fotógrafo. Havia uma tela <strong>de</strong> Monetque o catálogo <strong>de</strong>screvia como “Impressão: nascer do sol”: era apintura <strong>de</strong> um porto visto através das névoas matinais. Um dos críticosachou esse título particularmente ridículo e referiu-se a todo o grupo<strong>de</strong> artistas como “os impressionistas”. Quis significar com isso queesses pintores não trabalhavam com base num sólido conhecimento epensavam que a impressão <strong>de</strong> um fugaz momento era suficiente parachamar<strong>em</strong> a seus quadros uma pintura. (2009, p. 519).Charles et al (2007) explicam que já havia uma mudança no cenário das artes,<strong>de</strong>vido à invenção da fotografia. Gombrich (2009) reitera o fato <strong>de</strong> que a fotografiapassou a ser um recurso aliado dos impressionistas, levando-os a buscar novos t<strong>em</strong>as.No entanto, há um segundo aliado – a cromotipia japonesa – <strong>de</strong>senvolvida a partir daarte chinesa. A cromotipia teve influência, como aponta Gombrich, até mesmo naarquitetura. Os japoneses enquadravam partes da cena inesperada e não convencional àtela,