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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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29entre poesia e pintura. Aristóteles <strong>em</strong> sua Poética aproxima essas duas artes ao afirmarque ambas tiveram sua orig<strong>em</strong> na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> imitar.Mas como os imitadores imitam homens que praticam alguma ação, eestes, necessariamente, são indivíduos <strong>de</strong> elevada ou baixa índole(porque a varieda<strong>de</strong> dos caracteres só se encontra nestas diferenças [e,quanto a caráter, todos os homens se distingu<strong>em</strong> pelo vício ou pelavirtu<strong>de</strong>), necessariamente também suce<strong>de</strong>rá que os poetas imitamhomens melhores, piores ou iguais a nós, como o faz<strong>em</strong> os pintores(1992, p. 21).O artista cria, pelo princípio da mimese, sua obra patenteada na realida<strong>de</strong>.Seguindo esse mesmo pensamento, além <strong>de</strong> Aristóteles também Plutarco, citado porAguiar e Silva (1990), afirma que tanto a arte poética quanto a pintura <strong>de</strong>v<strong>em</strong> serestudadas a partir do conceito <strong>de</strong> imitação (mímesis) da realida<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rando-as artesanálogas. Para esses pensadores, o poeta e o pintor estavam <strong>em</strong> constante sintonia. Noentanto, Aristóteles diferencia a materialida<strong>de</strong> <strong>em</strong>pregada na produção artística e aimportância <strong>de</strong> respeitá-la <strong>em</strong> relação aos meios <strong>de</strong> imitação, estando a poesiafundamentada na linguag<strong>em</strong>, no ritmo e na harmonia e a pintura nas cores e nas formas.Como é afirmado por Aristóteles <strong>em</strong> (1992, p. 23), ”Porque tanto na dança como naaulética e na citarística po<strong>de</strong> haver tal diferença; e, assim também nos gêneros poéticosque usam, como meio, a linguag<strong>em</strong> <strong>em</strong> prosa ou <strong>em</strong> verso [s<strong>em</strong> música]”. Aguiar eSilva (1990, p.163) nos esclarece,É ainda Plutarco que, ao comentar uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> Tucía<strong>de</strong>s, realçaa vivi<strong>de</strong>z pictórica (enargeia) do texto do historiador. A palavra gregaenargeia é um termo pertencente à retórica e significa a capacida<strong>de</strong>que as imagens verbais possu<strong>em</strong> para representar<strong>em</strong> visualmente, comvivacida<strong>de</strong>, as cenas, as coisas e os seres <strong>de</strong> que se fala.Dois importantes pontos são ressaltados por Aristóteles: a visão e a metáfora.No plano das artes discursivas, Aristóteles aproveitou-se do prazer advindo dassensações visuais e explorou as forças pictóricas da enargeia, ou seja, a linguag<strong>em</strong>verbal possui força para representar visualmente e com vivacida<strong>de</strong> as cenas, as coisas eos seres <strong>de</strong> que fala, ressaltando o po<strong>de</strong>r gráfico <strong>de</strong> criar movimentos e cenas. Emrelação à metáfora, Aristóteles (1992, p. 105) ensina que “A metáfora consiste notransportar para uma coisa o nome <strong>de</strong> outra, ou do gênero para a espécie, ou da espéciepara o gênero, ou da espécie <strong>de</strong> uma para outra, ou por analogia.” Para o filósofo, amaior qualida<strong>de</strong> do gênero poético é a <strong>de</strong> ser metafórica, pois existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>

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