114da encosta do sexto plano com a cor cinza esfumaçada com o sétimo plano que é o céuclaro melancólico, porém muito nublado, aparent<strong>em</strong>ente um céu <strong>de</strong> inverno.Cesário Ver<strong>de</strong>, no po<strong>em</strong>a Nós, também <strong>de</strong>screve o campo, primeiramente, com amesma visão ampla <strong>de</strong> Pissarro, incluindo seus sentimentos e as estações do ano:E o campo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, segundo o que me l<strong>em</strong>bro,É todo o meu amor <strong>de</strong> todos estes anos!Nós vamos para lá; somos provincianos,Des<strong>de</strong> o calor <strong>de</strong> Maio aos frios <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro!(...)Em seguida, o laranjal, estabelece uma s<strong>em</strong>elhança com as árvores e as casas daal<strong>de</strong>ia mostradas na tela <strong>de</strong> Pissarro, no segundo e no terceiro planos. No texto, asfolhas negrejantes <strong>de</strong>sc<strong>em</strong> como uma escadaria, as casas brancas divi<strong>de</strong>m os pomares <strong>de</strong>frutas carnosas (pevi<strong>de</strong>).O laranjal <strong>de</strong> folhas negrejantes,(Porque os terrenos são resvaladiços)Desce <strong>em</strong> socalcos todos os maciços,Como uma escadaria <strong>de</strong> gigantes,(...)Ao meio, a casaria branca assentaÀ beira da calçada, que divi<strong>de</strong>Os escuros pomares <strong>de</strong> pevi<strong>de</strong>,Da vinha, numa encosta soalhenta!(...)A figura f<strong>em</strong>inina também se apresenta como personag<strong>em</strong> única no po<strong>em</strong>a (doceirmã; tênue e imaculada rosa; rosto alvo), i<strong>de</strong>ntificando-se com a tela. Contrariamente àal<strong>de</strong>ã que cuida do gado, na tela <strong>de</strong> Pissarro, a irmã do poeta ajudava na colheita e noscuidados com as parreiras <strong>de</strong> uva:(...)Unicamente, a minha doce irmã,Como uma tênue e imaculada rosa,Dava a nota galante e melindrosaNa trabalheira rústica, al<strong>de</strong>ã.(...)Era admirável – neste grau do Sul!Entre a rama avistar teu rosto alvo,Ver-te escolhendo a uva diagalvo,Que eu <strong>em</strong>barcava para Liverpool.(...)Tu cortavas os bagos que não prestam
115Com a tua tesoura <strong>de</strong> bordar.A segunda tela Horta <strong>em</strong> Hermitage, Pontoise (1879) po<strong>de</strong> ser dividida <strong>em</strong>cinco planos <strong>de</strong> representação. No primeiro plano há o recorte <strong>de</strong> uma cena <strong>de</strong> trabalhorural. Tendo o espectador na mesma altura do primeiro plano, olhando do centro da telamais próximo a ele do seu lado esquerdo há uma senhora <strong>em</strong> trajes <strong>de</strong> trabalho rural <strong>de</strong>cores que se aproximam aos tons da terra, com saia longa, camisa e lenço na cabeça, elaestá <strong>de</strong> pé, porém com o corpo um pouco inclinado para baixo. Caminhando um poucomais para o fundo da tela <strong>em</strong> sentido diagonal, do lado direito do espectador há outrasenhora, vestida <strong>de</strong> saia longa colete azul/cinza forte e camisa branca com lenço nacabeça com o mesmo tom do colete. Esta senhora está <strong>de</strong> joelhos, curvada sobre a terralidando com a hortaliça. Mais ao fundo, <strong>em</strong> sentido diagonal à primeira senhora, umpouco à esquerda há a figura <strong>de</strong> um hom<strong>em</strong> com calça e colete nos tons <strong>de</strong> terra ecamisa branca, com o corpo inclinado no ângulo <strong>de</strong> noventa graus com algo escuro namão. O solo nesse primeiro plano encontra-se com alguns canteiros <strong>de</strong> hortaliça e oterreno é plano, atrás do hom<strong>em</strong> há uma casa e do lado um espaço <strong>de</strong> grama e a seguirárvores, após a grama permite-se ver uma nesga <strong>de</strong> um lago com água azul claro que é osegundo plano, ficando o primeiro plano <strong>de</strong>sconectado do terceiro pelo lago.O terceiro plano pela localização e altura das figuras do primeiro planopercebe-se que é uma parte mais alta representando ser uma encosta e com umavegetação <strong>de</strong>nsa <strong>de</strong> árvores altas. Assim, a vegetação sobe a encosta cuja altura vaiaumentando da esquerda para direita. O quarto plano é o menos extenso que ao longo daencosta há a presença <strong>de</strong> construções e telhados aparent<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> casas. O quintoplano, por causa da encosta, sua faixa <strong>de</strong> representação é maior do lado esquerdo e vaidiminuindo para direita. Contudo, ocorre a incidência <strong>de</strong> algumas árvores que cortamesse céu que pertence ao quinto plano, calhando da imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> algumas árvores ser<strong>em</strong>pintada somente parte <strong>de</strong>las, cortando um céu <strong>de</strong> azul claro e nuvens brancas.O segundo segmento refere-se ao conteúdo social das telas, <strong>em</strong> relação aossímbolos pela marcação do título, o signo linguístico, a primeira tela é nominada AsEncostas <strong>de</strong> Vesinet, Yvelines (1871), a segunda, <strong>de</strong> tal modo localizando os espaçosrepresentados, ambos locais que se situam ao norte da França e com diferença t<strong>em</strong>poral<strong>de</strong> oito anos entre uma e outra.
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