18faleceu <strong>em</strong> Connecticut, <strong>em</strong> 1995. Em 1958 é realizado o II Congresso da AssociaçãoInternacional <strong>de</strong> Literatura Comparada e <strong>em</strong> sua conferência “A crise da LiteraturaComparada”, Wellek foi uma voz que questionou a distinção entre LiteraturaComparada e Literatura Geral. Criticou o fato <strong>de</strong> a primeira ter <strong>de</strong>marcadoartificialmente seu objeto, culminando <strong>em</strong> paralelismo, similarida<strong>de</strong>s e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s quenão contribu<strong>em</strong> para uma teoria mais geral e <strong>de</strong>ixa estagnada a metodologia, entreoutros pontos, Wellek assinala,O gran<strong>de</strong> argumento a favor da literatura “comparada” ou “geral”, ousimplesmente “literatura”, é a evi<strong>de</strong>nte falsida<strong>de</strong> da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma literaturanacional fechada <strong>em</strong> si mesma. A literatura oci<strong>de</strong>ntal, pelo menos, forma umaunida<strong>de</strong>, um todo. Não po<strong>de</strong>mos duvidar da continuida<strong>de</strong> entre a literaturaGreco-romana, o mundo medieval oci<strong>de</strong>ntal e as principais literaturasmo<strong>de</strong>rnas, e s<strong>em</strong> minimizar a importância das influências orientais,especialmente da Bíblia, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os reconhecer uma unida<strong>de</strong> íntima, que incluitoda a Europa, a Rússia, os Estados Unidos e as literaturas latino-americanas.(2003, p. 51)Para Wellek o conceito <strong>de</strong> literarieda<strong>de</strong> passa a ser o ponto central do <strong>de</strong>bate daestética, da natureza, da arte e da literatura. Ele justifica que as erudições literáriasligadas aos teóricos oficiais, interessados <strong>em</strong> todos os fatos que envolv<strong>em</strong> a literatura,não estão interessadas na literatura <strong>em</strong> si. De acordo com seu pensamento, ocomparatismo tradicional <strong>de</strong>ve retornar à erudição e à crítica literária, nas quais o fococentral está voltado para a própria obra <strong>de</strong> arte. Explica-nos Nitrini,S<strong>em</strong> <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar a obra literária nas suas relações exteriores ele<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> e sublinha a concepção da obra <strong>de</strong> arte como uma totalida<strong>de</strong>diversificada, como uma estrutura <strong>de</strong> signos que implicam e exig<strong>em</strong>significados e valores. Esta nova visão afasta a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>trabalhar com o conceito da influência (2000, p. 35).Carvalhal (1986) esclarece que durante muito t<strong>em</strong>po o cenário da LiteraturaComparada foi dominado por personalida<strong>de</strong>s francesas, e a maioria dos manuais adota a<strong>de</strong>nominação “escola francesa”, <strong>de</strong>signando um gran<strong>de</strong> grupo <strong>de</strong> estudos <strong>em</strong> quepredominam as relações “causais” entre obras ou entre autores, mantendo uma estreitavinculação com a historiografia literária. Esse pensamento esten<strong>de</strong>u-se também a outrospaíses.
19Os estudiosos da escola francesa, por sua vez, centravam-se na análisefonte/influência e, <strong>em</strong> oposição a eles, Wellek direcionou a análise relaçãotexto/contexto, focalizando o caráter interacional da disciplina. A partir <strong>de</strong>ssepressuposto, o estudo <strong>de</strong> uma prática uniforme <strong>de</strong> comparação entre autores, obras <strong>em</strong>ovimentos amplia a reflexão sobre a natureza plural da literatura, e sobre o própriocaráter discursivo da disciplina.De acordo com a autora, a <strong>de</strong>nominação “escola” começou a ser <strong>em</strong>pregada porRené Wellek ao opor-se ao historicismo dominante nos estudos dos mestres franceses.Carvalhal elucida que <strong>em</strong>bora tenha havido uma cisão entre eles a incompatibilida<strong>de</strong>não é tão gran<strong>de</strong>, porque entre os comparatistas norte-americanos também há umaorientação historicista.No fim dos anos <strong>de</strong> 1950 e início dos anos <strong>de</strong> 1960, ocorre uma renovação nosestudos <strong>de</strong> Literatura Comparada na União Soviética. Para o tcheco Dionyz Durisin,(apud NITRINI, 2000, p. 44), o IV Congresso Internacional <strong>de</strong> Eslavistas <strong>em</strong> Moscou,ocorrido <strong>em</strong> 1958, foi um marco no <strong>de</strong>senvolvimento da pesquisa comparatista. Nessecongresso obtiveram-se os pontos <strong>de</strong> partida para todos os países socialistas no estudoda Literatura Comparada. Com o V Congresso da Associação Internacional <strong>de</strong>Literatura Comparada, <strong>em</strong> Belgrado, consolida-se o diálogo entre os acadêmicos <strong>de</strong>países socialistas com o resto do mundo. Pelo mo<strong>de</strong>lo estruturalista <strong>de</strong> Praga, eliminouseo conceito <strong>de</strong> influência no sentido clássico, substituindo-o pelo operacional <strong>de</strong> tipo(ou estratégia) <strong>de</strong> influência. Ao fazer isso, Durisin distinguiu estratégias integradoras,como a adaptação, o <strong>em</strong>préstimo ou <strong>de</strong>calque, e estratégias diferenciadoras (a paródia, asátira, a caricatura). No intuito <strong>de</strong> rever os pontos fracos <strong>de</strong> seu “mo<strong>de</strong>lo”, o autor oampliou no sentido <strong>de</strong> combinar a análise do processo literário com o contexto daliteratura nacional, uma vez que seu objetivo era o estabelecimento <strong>de</strong> categorias daliteratura mundial.Na década <strong>de</strong> 1970, do século XX, quando o influxo da Teoria Literária ampliouos modos <strong>de</strong> acesso aos textos literários, os teóricos comparatistas perceberam que ess<strong>em</strong>ovimento já havia sido abordado pela famosa conferência <strong>de</strong> René Wellek <strong>em</strong> 1958.Des<strong>de</strong> o século XIX a Literatura Comparada tinha como diretriz a escola francesa,calcada na análise comparatista <strong>em</strong> uma lógica causal, pressupondo oposições binárias
- Page 1 and 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁCE
- Page 4 and 5: DEDICATÓRIADedicamos esta disserta
- Page 6 and 7: Cesário diz-me muito: gostava de f
- Page 8 and 9: ABSTRACTThe Portuguese poet Joaquim
- Page 10 and 11: SUMÁRIORESUMO.....................
- Page 12 and 13: CONSIDERAÇÕES INICIAISAo entardec
- Page 14 and 15: 12revelando nos versos a crise port
- Page 16 and 17: 14grau, ao seu contexto histórico
- Page 18 and 19: 16se começa a falar em método com
- Page 22 and 23: 20do tipo original/cópia, centro/p
- Page 24 and 25: 22No entanto, Nitrini (2000, p. 184
- Page 26 and 27: 24Essa verificação de que “a ar
- Page 28 and 29: 26Os homens sempre utilizaram sinai
- Page 30 and 31: 28intelectual. Segundo Lichtenstein
- Page 32 and 33: 30observar bem para apreender a sem
- Page 34 and 35: 32apud AGUIAR e SILVA, 1990, p. 167
- Page 36 and 37: 34e justificam a proposta poética
- Page 38 and 39: 36A terceira tendência revolucion
- Page 40 and 41: 38incluindo-se Camille Pissarro. Na
- Page 42 and 43: 40mercado foi desenvolvido no exter
- Page 44 and 45: 42Pissarro morreu em novembro de 19
- Page 46 and 47: 44O segundo artista é Claude Monet
- Page 48 and 49: 46Figura 5 refere-se à tela A pont
- Page 50 and 51: 48fazem parte do segundo plano. O p
- Page 52 and 53: 50Silva Pinto, que se tornara colec
- Page 54 and 55: 52desdobramento da lírica. Do cont
- Page 56 and 57: 54Classes Laboriosas, em 1852, que
- Page 58 and 59: 56Faria e Maia, Manuel de Arriaga,
- Page 60 and 61: 58De forma aprimorada.E eu vou acom
- Page 62 and 63: 60poemas narrativos como “Don Jua
- Page 64 and 65: 62O que se configura na poesia de C
- Page 66 and 67: 64do modelo Aristotélico” (2001,
- Page 68 and 69: 66Ocorrem mudanças na sociedade bu
- Page 70 and 71:
68interpretação do verso contradi
- Page 72 and 73:
70Segundo Friedrich, a obra Flores
- Page 74 and 75:
72mundo; mas, por outro lado, o dâ
- Page 76 and 77:
744. CESÁRIO VERDE E CAMILLE PISSA
- Page 78 and 79:
76ao relacioná-lo com a abdicaçã
- Page 80 and 81:
78Camões. Há variantes entre a ed
- Page 82 and 83:
80mundo, ironicamente representado
- Page 84 and 85:
82sombrios da ordem social) é segu
- Page 86 and 87:
84Verde no século XIX que sabe que
- Page 88 and 89:
864.3 LEITURA DA PAISAGEM URBANA DO
- Page 90 and 91:
88Figura 8. PISSARRO, Camille. Boul
- Page 92 and 93:
90construções muito altas, árvor
- Page 94 and 95:
92Levou tempo para as pessoas se ac
- Page 96 and 97:
94data a expansão foi rápida, mas
- Page 98 and 99:
96Nas telas Boulevard Montmartre So
- Page 100 and 101:
98A carta é datada do dia 29 de ju
- Page 102 and 103:
100Na segunda estrofe, da parte I d
- Page 104 and 105:
102subjetiva, descreve pintando a c
- Page 106 and 107:
104da libra e do “shilling”, /
- Page 108 and 109:
106apresentam uma vida desgastada e
- Page 110 and 111:
108florestas em que há corsas, / N
- Page 112 and 113:
110falta de incentivo fiscal, técn
- Page 114 and 115:
112Figura 13. PISSARRO, Camille. Ho
- Page 116 and 117:
114da encosta do sexto plano com a
- Page 118 and 119:
116As Encostas de Vesinet, Yvelines
- Page 120 and 121:
118Imagem presente no poema OSentim
- Page 122 and 123:
120CONSIDERAÇÕES FINAISO homem in
- Page 124 and 125:
122Essas imagens chegam ao leitor e
- Page 126 and 127:
124REFERÊNCIASAGUIAR e SILVA, V. M
- Page 128 and 129:
126MOISÉS, M. A Literatura Portugu
- Page 130 and 131:
128Vê-se a cidade, mercantil, cont
- Page 132 and 133:
130E evoco, então, as crônicas na
- Page 134 and 135:
132E de uma padaria exala-se, inda
- Page 136 and 137:
134Fugiu da capital como da tempest
- Page 138 and 139:
136E assim postas, nos barros e are
- Page 140 and 141:
138Tinhas caninos, tinhas incisivos
- Page 142 and 143:
140Todos os tipos mortos ressuscito
- Page 144 and 145:
142De como, às calmas, nessas excu
- Page 146 and 147:
144Chorassem de resina as laranjeir
- Page 148:
146Se inda trabalho é como os pres