38incluindo-se Camille Pissarro. Nasceu na ilha Saint Thomas, no Caribe, dia 10 <strong>de</strong> julho<strong>de</strong> 1830, filho <strong>de</strong> Raquel Manzano e <strong>de</strong> Gabriel Pissarro, ju<strong>de</strong>u francês <strong>de</strong> orig<strong>em</strong>portuguesa, que possuía uma loja <strong>de</strong> ferragens no porto <strong>de</strong> Charlotte-Amalie. Des<strong>de</strong>muito cedo <strong>de</strong>monstrou talento para a pintura, mas não foi encorajado pelos pais. Em1841 foi enviado a Paris para continuar sua educação. Morou <strong>em</strong> uma pensão <strong>em</strong> Passy,cujo proprietário, Savary, incentivou seus <strong>de</strong>senhos e sugeriu que <strong>de</strong>senhasse ao ar livre,prática não comum naqueles dias.Aos 17 anos Pissarro foi chamado <strong>de</strong> volta para trabalhar no comércio. Em1850, o seu talento foi reconhecido pelo pintor dinamarquês Fritz Melbye, tornando-seseu incentivador. Melbye seguiu para uma missão na Venezuela e Pissarro, aten<strong>de</strong>ndo aseu convite, o acompanhou. Retornou para Saint Thomas <strong>em</strong> agosto <strong>de</strong> 1854, mas <strong>em</strong>menos <strong>de</strong> um ano partiu para França, reconhecido pelo pai, que não po<strong>de</strong>ria refrear otalento do filho. De acordo com Doeser (1997), <strong>em</strong> Paris, ele frequentou vários cursos,possivelmente alguns na École <strong>de</strong>s Beaux-Arts. Teve os ensinamentos da Aca<strong>de</strong>mia,mas seus instintos o levaram <strong>em</strong> direção à paisag<strong>em</strong>, à natureza e à observação direta.Tornou-se gran<strong>de</strong> admirador <strong>de</strong> Camille Corot, famoso por suas paisagens sutise elegantes. Quando apresentou seus trabalhos pela primeira vez, <strong>de</strong>screveu-se como um“aluno <strong>de</strong> Corot”. Um encontro que seria <strong>de</strong> importância na vida <strong>de</strong> Pissarro e que teriaefeito na direção da arte do final do século XIX aconteceu <strong>em</strong> 1857. Doeser (1997)relata que, enquanto Pissarro frequentava a Aca<strong>de</strong>mia Suisse, um ateliê informal,conheceu Clau<strong>de</strong> Monet, então com 17 anos, ambos originários <strong>de</strong> uma educaçãoburguesa, gostos e t<strong>em</strong>peramentos s<strong>em</strong>elhantes, contribuindo para o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> sólida amiza<strong>de</strong>.O primeiro quadro <strong>de</strong> Pissarro apresentado no Salão, Paisag<strong>em</strong> <strong>em</strong>Montmorency, foi exposto <strong>em</strong> 1859, mas as pinturas submetidas à crítica <strong>em</strong> 1861 e1863 foram rejeitadas. Novamente <strong>em</strong> 1865, 1866 e 1868, ele apresentou seus trabalhos,obtendo alguns comentários favoráveis pela imprensa. As marcas da clarida<strong>de</strong> e daluminosida<strong>de</strong> presentes nas telas dos impressionistas também foram encontradas <strong>em</strong>seus quadros. Aumentou a confiança <strong>em</strong> manipular as tintas, principalmente porquecomeçou a utilizar a espátula. Mudou-se do centro <strong>de</strong> Paris para ficar mais próximo dassuas fontes <strong>de</strong> inspiração, localizadas na região rural do norte da França, estabelecendo-
39se <strong>em</strong> Pontoise com sua companheira Julie Vellay e seus dois filhos. Em Paris, o caféGuerbois era um local <strong>de</strong> encontro <strong>de</strong> intelectuais e artistas e lá Pissarro encontrou-secom Manet, Degas, Renoir, Fantin-Lantour, Duranty, Zacharie Astruc e Émile Zola.Em 1869, o artista e sua família mudaram-se para Louveciennes, mas, <strong>em</strong>1870, houve a invasão da Al<strong>em</strong>anha, provocando sua fuga para a Bretanha e,posteriormente, para a Inglaterra. Lá se encontrou com Monet, que também havia serefugiado da guerra e retomaram a antiga amiza<strong>de</strong>. Em Londres, Pissarro conheceu omarchand francês Durand-Ruel que comprou alguns <strong>de</strong> seus quadros. Pissarro e JulieVellay casaram-se <strong>em</strong> 1870 e voltaram a Louveciennes no ano seguinte. Nesse retorno<strong>de</strong>scobriram que cerca <strong>de</strong> 1500 quadros que ele havia <strong>de</strong>ixado foram <strong>de</strong>struídos, fatoque não o entristeceu, pelo contrário, consi<strong>de</strong>rou o fato como forma <strong>de</strong> libertação.Apesar <strong>de</strong> estar com mais <strong>de</strong> quarenta anos, ele se sentiu como se estivesse <strong>em</strong> um novoe vigoroso início. No bairro Hermitage, <strong>em</strong> Pontoise, ele voltou às paisagensconhecidas que amava – algo que continuaria a fazer por toda sua vida. Viajou paraOsny e Auvers, on<strong>de</strong> Cézanne estava trabalhando. A primeira vez <strong>em</strong> que seencontraram foi <strong>em</strong> 1861 e renovaram sua amiza<strong>de</strong>, restando poucas dúvidas, <strong>de</strong> acordoainda com Doeser (2007), <strong>de</strong> que um influenciou o outro nessa época.Em 1874, Pissarro era visto como o m<strong>em</strong>bro mais velho <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong>artistas – Monet, Cézanne, Guillaumin, Renoir e Sisley – que estava insatisfeito com arigi<strong>de</strong>z do Salão. Organizaram uma exposição por conta própria e a exposição recebeu onome do movimento impressionismo, mas o grupo estava totalmente <strong>de</strong>spreparado parao <strong>de</strong>lírio que se seguiu. Embora Pissarro paulatinamente ganhasse reconhecimento,estava longe <strong>de</strong> sentir-se financeiramente seguro. Sete filhos nasceram entre 1863 e1884 e ele se mostrava muito consciente <strong>de</strong> suas responsabilida<strong>de</strong>s como pai. Cartasdatadas <strong>de</strong>sse período revelam a gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus probl<strong>em</strong>as financeiros e suaconsciência <strong>de</strong>les, entretanto, seu trabalho nunca refletiu tristeza e muito menos<strong>de</strong>sespero.No início da década <strong>de</strong> 1880, Durand-Ruel estava enfrentando t<strong>em</strong>pos difíceis,o que inevitavelmente tinha um efeito ruim sobre os artistas que patrocinava. Mesmoassim, ele começou a organizar uma série <strong>de</strong> exposições individuais e a <strong>de</strong> Pissarroaconteceu <strong>em</strong> maio <strong>de</strong> 1883. Os negócios passaram a melhorar novamente e um rico
- Page 1 and 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁCE
- Page 4 and 5: DEDICATÓRIADedicamos esta disserta
- Page 6 and 7: Cesário diz-me muito: gostava de f
- Page 8 and 9: ABSTRACTThe Portuguese poet Joaquim
- Page 10 and 11: SUMÁRIORESUMO.....................
- Page 12 and 13: CONSIDERAÇÕES INICIAISAo entardec
- Page 14 and 15: 12revelando nos versos a crise port
- Page 16 and 17: 14grau, ao seu contexto histórico
- Page 18 and 19: 16se começa a falar em método com
- Page 20 and 21: 18faleceu em Connecticut, em 1995.
- Page 22 and 23: 20do tipo original/cópia, centro/p
- Page 24 and 25: 22No entanto, Nitrini (2000, p. 184
- Page 26 and 27: 24Essa verificação de que “a ar
- Page 28 and 29: 26Os homens sempre utilizaram sinai
- Page 30 and 31: 28intelectual. Segundo Lichtenstein
- Page 32 and 33: 30observar bem para apreender a sem
- Page 34 and 35: 32apud AGUIAR e SILVA, 1990, p. 167
- Page 36 and 37: 34e justificam a proposta poética
- Page 38 and 39: 36A terceira tendência revolucion
- Page 42 and 43: 40mercado foi desenvolvido no exter
- Page 44 and 45: 42Pissarro morreu em novembro de 19
- Page 46 and 47: 44O segundo artista é Claude Monet
- Page 48 and 49: 46Figura 5 refere-se à tela A pont
- Page 50 and 51: 48fazem parte do segundo plano. O p
- Page 52 and 53: 50Silva Pinto, que se tornara colec
- Page 54 and 55: 52desdobramento da lírica. Do cont
- Page 56 and 57: 54Classes Laboriosas, em 1852, que
- Page 58 and 59: 56Faria e Maia, Manuel de Arriaga,
- Page 60 and 61: 58De forma aprimorada.E eu vou acom
- Page 62 and 63: 60poemas narrativos como “Don Jua
- Page 64 and 65: 62O que se configura na poesia de C
- Page 66 and 67: 64do modelo Aristotélico” (2001,
- Page 68 and 69: 66Ocorrem mudanças na sociedade bu
- Page 70 and 71: 68interpretação do verso contradi
- Page 72 and 73: 70Segundo Friedrich, a obra Flores
- Page 74 and 75: 72mundo; mas, por outro lado, o dâ
- Page 76 and 77: 744. CESÁRIO VERDE E CAMILLE PISSA
- Page 78 and 79: 76ao relacioná-lo com a abdicaçã
- Page 80 and 81: 78Camões. Há variantes entre a ed
- Page 82 and 83: 80mundo, ironicamente representado
- Page 84 and 85: 82sombrios da ordem social) é segu
- Page 86 and 87: 84Verde no século XIX que sabe que
- Page 88 and 89: 864.3 LEITURA DA PAISAGEM URBANA DO
- Page 90 and 91:
88Figura 8. PISSARRO, Camille. Boul
- Page 92 and 93:
90construções muito altas, árvor
- Page 94 and 95:
92Levou tempo para as pessoas se ac
- Page 96 and 97:
94data a expansão foi rápida, mas
- Page 98 and 99:
96Nas telas Boulevard Montmartre So
- Page 100 and 101:
98A carta é datada do dia 29 de ju
- Page 102 and 103:
100Na segunda estrofe, da parte I d
- Page 104 and 105:
102subjetiva, descreve pintando a c
- Page 106 and 107:
104da libra e do “shilling”, /
- Page 108 and 109:
106apresentam uma vida desgastada e
- Page 110 and 111:
108florestas em que há corsas, / N
- Page 112 and 113:
110falta de incentivo fiscal, técn
- Page 114 and 115:
112Figura 13. PISSARRO, Camille. Ho
- Page 116 and 117:
114da encosta do sexto plano com a
- Page 118 and 119:
116As Encostas de Vesinet, Yvelines
- Page 120 and 121:
118Imagem presente no poema OSentim
- Page 122 and 123:
120CONSIDERAÇÕES FINAISO homem in
- Page 124 and 125:
122Essas imagens chegam ao leitor e
- Page 126 and 127:
124REFERÊNCIASAGUIAR e SILVA, V. M
- Page 128 and 129:
126MOISÉS, M. A Literatura Portugu
- Page 130 and 131:
128Vê-se a cidade, mercantil, cont
- Page 132 and 133:
130E evoco, então, as crônicas na
- Page 134 and 135:
132E de uma padaria exala-se, inda
- Page 136 and 137:
134Fugiu da capital como da tempest
- Page 138 and 139:
136E assim postas, nos barros e are
- Page 140 and 141:
138Tinhas caninos, tinhas incisivos
- Page 142 and 143:
140Todos os tipos mortos ressuscito
- Page 144 and 145:
142De como, às calmas, nessas excu
- Page 146 and 147:
144Chorassem de resina as laranjeir
- Page 148:
146Se inda trabalho é como os pres