11.07.2015 Views

Desigualdad Social y Equidad en Salud: Perspectivas Internacionales

Desigualdad Social y Equidad en Salud: Perspectivas Internacionales

Desigualdad Social y Equidad en Salud: Perspectivas Internacionales

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ou seja de difer<strong>en</strong>ças sistemáticas e injustas fr<strong>en</strong>te a outros padrões de qualidade devida e inclusão social, nos vemos agora fr<strong>en</strong>te a tarefa de construir um padrão nãorelativizável do que poderia ser a referência para estabelecer a distancia que separamos indivíduos e seus coletivos em relação ao que seria bom, justo e desejável.Neste caso o desejável deveria buscar uma materialidade dos direitos humanoscomo refer<strong>en</strong>cia do mais alto nível de realização dos mesmos segundo o estado deavanço <strong>en</strong>contrado para este direito na humanidade. Porem este nível de máximoavanço <strong>en</strong>contra sempre em sua expressão um limite imposto por sua racionalidade– ou seja o bom e justo significam do ponto de vista coletivo não que todos sejammilionários o t<strong>en</strong>ham acesso ao luxo ou ao supérfluo, mas sim a busca dos parâmetrosdo que permite uma existência digna. Neste s<strong>en</strong>tido a busca de que todos t<strong>en</strong>hamuma r<strong>en</strong>da sufici<strong>en</strong>te para cobrir suas necessidades de alim<strong>en</strong>tação adequada,vestuário, moradia, educação, acesso a cultura, lazer, esportes, transporte e <strong>en</strong>ergia,d<strong>en</strong>tre outros requisitos para a vida, expressam uma visão radicalm<strong>en</strong>te distinta doque estamos acostumados a adotar acriticam<strong>en</strong>te, pois se institui desta maneira umabusca de definição material de parâmetros que levem a uma existência sem ameaçasa qualidade de vida. Seria este p<strong>en</strong>sam<strong>en</strong>to uma utopia? P<strong>en</strong>semos que o gênio humanosempre <strong>en</strong>controu fr<strong>en</strong>te aos desafios as formas de superá-los, bastando paraisso romper o impedim<strong>en</strong>to ideológico que não permite ver como desejável o que e’necessário para o bem estar de todos.Por isso me arrisco a dizer que a ruptura da aceitação passiva do que hoje <strong>en</strong>t<strong>en</strong>demoscomo “possível” para a adoção do imperativo ético do que e’ necessário, nospermite aceitar não só os direitos humanos como parâmetro para p<strong>en</strong>sar o necessáriocomo também nos motiva a definir isto que e’ justo e bom, desejável, poremrazoável no s<strong>en</strong>tido de alicerçado pela razão ética como caminho para a construçãode sua possibilidade política e portanto de sua materialidade.Ao assumir esta possibilidade, a mesma tem um impacto imediato na forma demedir as iniqüidades, pois deixaremos de vê-las como a condição relativa dos indivíduosou coletividades fr<strong>en</strong>te a uma determinada condição, por exemplo a condiçãoeducativa segundo etnias ou gêneros – distancia relativa que hoje medimos pelodesemp<strong>en</strong>ho comparativo <strong>en</strong>tre o melhor e pior, para começarmos a tomar comoparâmetro de iniqüidade a distancia de cada quem em relação ao padrão que seriabom, digno e assim desejável para todos, passando <strong>en</strong>tão a medir ap<strong>en</strong>as de formacomplem<strong>en</strong>tar a distancia relativa <strong>en</strong>tre os grupos.Isto significa, por exemplo, interpretar desde um novo olhar o que descreve orelatório da Comissão Brasileira de Determinantes Sociais da Saúde, publicado em2008, que ao descrever o gradi<strong>en</strong>te da mortalidade infantil <strong>en</strong>tre quintis de r<strong>en</strong>dapor região, demonstra que a taxa de mortalidade do pior quintil da região Sul e’equival<strong>en</strong>te ao desemp<strong>en</strong>ho do melhor quintil do Nordeste (Comissão Brasileira deDeterminantes Sociais da Saúde, 2008). Se aplicamos um olhar desde a equidade emrelação ao que seria justo e desejável, devemos medir o desemp<strong>en</strong>ho em termos de264 A necessidade de uma educação política para um novo olhar

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!