Desigualdad Social y Equidad en Salud: Perspectivas Internacionales

Desigualdades Sociais nas Taxasde Cesariana no BrasilPaulo Fontoura Freitas , Maria de Lourdes DrachlerUniversidade Federal de Santa Catarina (UFSC), BrasilIntroduçãoA operação cesariana tem indicações médicas estritas e o uso indiscriminado do procedimentotem sido relacionado a um aumento no risco de complicações maternas eperinatais (Curet et al.,1988; Villar et al., 2005), além de levar a desvios de recursosfinanceiros em saúde de outras prioridades no setor público. (Faundes et al.,1994;Shearer, 1993)Taxas de cesariana acima de 15% foram consideradas pela OMS inapropriadaspara justificar decisões associadas com indicações obstétricas (World Health Organization,1985). Por outro lado, experiências bem sucedidas em países desenvolvidosmostram que baixas taxas de cesariana são compatíveis com altos índices de saúdeperinatal. (Roosmalen & Does, 1995)O aprimoramento das técnicas cirúrgicas e o uso de antibióticos contribuiu para adisseminação do caráter aparentemente inócuo de sua prática, sobretudo através damídia, com supervalorização da tecnologia (Moraes & Goldenberg, 2001). Comoresultado, vem ocorrendo em todo o mundo um alargamento das indicações médicasde cesariana e, simultaneamente, um expressivo crescimento de outras indicaçõespara esse tipo de parto. (Faundes & Cecatti, 1993)Numa exaustiva revisão sobre o os fatores que influenciam o parto, Enkin et al (1996) sublinhama lentidão da prática obstétrica em adotar a evidência científica sobre a relatividade nasegurança das intervenções no parto.Ainda que baixas taxas de cesariana em países mais pobres possam em grande parte estarassociadas com um acesso precário aos serviços de saúde e à tecnologia (Ronsmans, De Brouwere,Dubourg, & Dieltiens, 2004), alguns países em desenvolvimento na América Latina,apresentam as taxas mais elevadas do mundo (Belizám, Althabe, Barros, & Alexander, 1999).Fontoura, Drachler49