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R - D - CLAITON CESAR CZIZEWSKI.pdf - Universidade Federal do ...

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Na cena, observa-se ainda a intenção de informar sobre a função principal<br />

desse tipo especializa<strong>do</strong> de delegacia. Segun<strong>do</strong> a atriz que interpreta a delegada, as<br />

Deams não são parciais nem sexistas. Se existe algum tipo de favorecimento às<br />

mulheres, ela afirma, ele restringe-se ao atendimento especializa<strong>do</strong> (não<br />

especifica<strong>do</strong>) que visa ao não constrangimento das vítimas.<br />

Em seguida, outra cena simula a realização de um exame de corpo de delito.<br />

Na condição de advoga<strong>do</strong> de Raquel, Leandro (Eduar<strong>do</strong> Lago), que acompanha a<br />

cliente, refere-se ao procedimento como ―Via Crucis‖. De forma explícita, a frase<br />

permite duas interpretações distintas: o termo ―Via Crucis pode sugerir caminho<br />

<strong>do</strong>loroso e penoso, em alusão às <strong>do</strong>res físicas e emocionais das mulheres<br />

agredidas. Da mesma forma, pode ser entendi<strong>do</strong> como caminho longo e difícil, o que<br />

parece configurar uma crítica implícita à burocracia característica <strong>do</strong>s processos<br />

judiciais <strong>do</strong> país.<br />

Também de forma explícita, duas informações principais são prestadas<br />

nesse evento narrativo: primeiramente, ao ser questionada sobre Raquel se o<br />

exame poderia ser feito por um médico particular, de confiança, o médico fictício<br />

informa que ―só o IML (Instituto Médico Legal) é autoriza<strong>do</strong> pela Justiça a realizar o<br />

procedimento”. Além disso, ele alerta a professora sobre a necessidade de que as<br />

lesões decorrentes das agressões sejam avaliadas por um profissional da saúde.<br />

Sobre as sanções aos praticantes de crimes de violência, a delegada<br />

informa a Raquel, de forma explícita, na referida cena <strong>do</strong> capítulo 192, que Marcos<br />

pode ser condena<strong>do</strong> a <strong>do</strong>ar cestas básicas, a prestar algum tipo de serviço<br />

comunitário (não especifica<strong>do</strong>) ou a participar de grupos de psicanálise. Ao ouvir a<br />

informação, Yvone, que acompanha Raquel no momento da denúncia, indaga, em<br />

tom de indignação: ―É isso que chamam de justiça‖? O questionamento pode ser<br />

interpreta<strong>do</strong> como uma crítica implícita à brandura da lei brasileira no caso da<br />

violência contra a mulher.<br />

As informações e críticas acerca das penas previstas em lei para os casos<br />

de violência contra a mulher, em Mulheres Apaixonadas, proporcionam um momento<br />

bastante esclarece<strong>do</strong>r, observa<strong>do</strong> em uma cena que foi ao ar no capítulo 108. Na<br />

ocasião, o agressor, Marcos, com a ironia e o sadismo que caracterizam a<br />

personagem, promete dar uma ―aula de direito‖ à ex-esposa. De forma explícita e<br />

informal, o homem violento discorre sobre as contradições da legislação brasileira.<br />

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