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R - D - CLAITON CESAR CZIZEWSKI.pdf - Universidade Federal do ...

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dessa região da capital fluminense, legitima<strong>do</strong> como o padrão de fala <strong>do</strong> brasileiro<br />

(GOMES, 1994).<br />

Na opinião de Lopes (2009), esse conjunto de opções diz respeito à<br />

intenção, por parte da emissora, de demonstrar os padrões de consumo necessários<br />

à integração na sociedade brasileira dita moderna. Segun<strong>do</strong> a autora, ainda que, por<br />

vezes, seja possível ver nas telenovelas brasileiras críticas a valores tradicionais,<br />

especialmente aos que versam sobre questões de gênero e sexualidade, os enre<strong>do</strong>s<br />

ocupam-se, pre<strong>do</strong>minantemente, de reproduzir e difundir os modelos ―legítimos‖ de<br />

homem, mulher, família e felicidade. Essa característica pode ser observada, por<br />

exemplo, nas telenovelas de autoria <strong>do</strong> dramaturgo Manoel Carlos.<br />

2.2 AS MULHERES APAIXONADAS DE MANOEL CARLOS<br />

Um <strong>do</strong>s pioneiros da televisão no Brasil, Manoel Carlos iniciou sua carreira<br />

em 1951, apenas um ano após o advento <strong>do</strong> meio no país. Em mais de sessenta<br />

anos de carreira, o profissional já exerceu diferentes funções técnicas e artísticas em<br />

diversas emissoras locais. Apesar disso, o dramaturgo ganhou notoriedade – e,<br />

posteriormente, renome internacional – no início da década de 1980, quan<strong>do</strong> passou<br />

a escrever telenovelas de horário nobre para a Rede Globo 9 . Desde então, chama a<br />

atenção de público e crítica com seu estilo naturalista de contar histórias muito<br />

próximas <strong>do</strong> cotidiano. A maioria das quais ambientada no bairro carioca <strong>do</strong> Leblon<br />

e narrada a partir <strong>do</strong> ponto de vista de mulheres fortes, verdadeiras heroínas da<br />

classe média; a principal delas sempre chamada Helena (AUTORES, 2010).<br />

A opção estilística <strong>do</strong> autor tem a ver com a maneira como ele concebe sua<br />

função de dramaturgo de televisão. Nem tão arraiga<strong>do</strong> à realidade, a ponto de fazer<br />

disso um elemento limita<strong>do</strong>r, mas sem prescindir da verossimilhança, Manoel Carlos<br />

ambiciona que suas tramas toquem as pessoas no que elas têm mais íntimo e<br />

provoquem identificação. Para tanto, prefere contar histórias <strong>do</strong> dia a dia, baseadas<br />

nas relações humanas. Cumprin<strong>do</strong> a tarefa com precisão, o autor, que é conheci<strong>do</strong><br />

como ―Maneco‖, no meio televisivo, ganha os apeli<strong>do</strong>s de ―cronista <strong>do</strong> cotidiano‖ e<br />

―ficcionista da realidade‖ (AUTORES, 2010, p.68). É justamente como uma ―crônica<br />

9 Em 1978, Manoel Carlos assinou duas adaptações literárias para a faixa das 18 horas da Rede<br />

Globo: Maria Maria, baseada no romance Maria Dusá, de Lin<strong>do</strong>lfo Rocha; e A Sucessora, versão<br />

televisiva <strong>do</strong> livro homônimo de Carolina Nabuco.<br />

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