R - D - CLAITON CESAR CZIZEWSKI.pdf - Universidade Federal do ...
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c) a partir de então, os meios de comunicação passam a desempenhar um<br />
papel preponderante. Eles servem de ―caixa de ressonância‖ <strong>do</strong> discurso<br />
coletivo, sinalizan<strong>do</strong> que a questão extrapolou os limites da esfera<br />
privada;<br />
d) numa progressão natural, a questão é inserida na agenda pública e;<br />
e) dependen<strong>do</strong> de seu teor e implicações, pode vir a alcançar o âmbito<br />
político, cristalizan<strong>do</strong>-se na forma da lei ou de outra medida<br />
governamental (MELO, 2007).<br />
Percebe-se, pois, que longe de ser um processo potencialmente<br />
homeostático, a inclusão de um tema nas diferentes agendas está sujeito a fatores<br />
emotivos, cognitivos e ideológicos que se inscrevem no jogo social. Isso posto, fica<br />
claro que os fenômenos sociais media<strong>do</strong>s pela comunicação de massa resultam de<br />
uma relação gradativa, mas não vertical, tal como uma corda da qual cada segmento<br />
corresponde a um nível de agenda.<br />
Assim, o agendamento temático, em senti<strong>do</strong> amplo, origina-se da trama de<br />
relações e da correlação de forças que compõem o teci<strong>do</strong> social. Nesse contexto, a<br />
telenovela é apenas um desses segmentos e representa um vetor de força<br />
específico (Czizewski, 2010).<br />
1.4.2 Telenovela: refração/alcance sociais e dimensão pedagógica<br />
A partir <strong>do</strong> estreitamento <strong>do</strong>s laços com a realidade, a telenovela brasileira<br />
começa a tirar proveito da sua centralidade e representatividade social e cultural e<br />
amplia sua dimensão cênica, transforman<strong>do</strong>-se em uma espécie de palco que<br />
problematiza a realidade brasileira. De forma mais pontual, estabelece-se um ponto<br />
de intersecção entre a ficção constante em seus enre<strong>do</strong>s cria<strong>do</strong>s e a realidade, na<br />
qual passa a buscar uma nova matéria-prima para suas histórias: os problemas<br />
sociais. Desde então,<br />
É a lógica das relações pessoais, familiares que preside a narrativa <strong>do</strong>s<br />
problemas sociais. É aí que parece residir o poder dessa narrativa, sua<br />
capacidade de traduzir o público através das relações afetivas, ao nível <strong>do</strong><br />
vivi<strong>do</strong>, misturan<strong>do</strong>-se na experiência <strong>do</strong> dia a dia, vivida ela mesma em<br />
múltiplas facetas, subjetiva, emotiva, política, cultural, estética (LOPES,<br />
2009, p. 8).<br />
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