14.04.2013 Views

R - D - CLAITON CESAR CZIZEWSKI.pdf - Universidade Federal do ...

R - D - CLAITON CESAR CZIZEWSKI.pdf - Universidade Federal do ...

R - D - CLAITON CESAR CZIZEWSKI.pdf - Universidade Federal do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

francês Dominique Wolton (2004) que assinalam a potencialidade dessa narrativa<br />

popular de converter práticas de consumo cultural em oportunidades de participação<br />

e transformação sociais, bem como de sua capacidade socioeducativa.<br />

1.1 INDÚSTRIA CULTURAL, CONSUMO E ENTRETENIMENTO<br />

Cunha<strong>do</strong> por A<strong>do</strong>rno e Horkheimer em 1947, o termo ―indústria cultural‖ diz<br />

respeito ao processo por meio <strong>do</strong> qual bens simbólicos são ―adapta<strong>do</strong>s ao consumo<br />

das massas e que em grande medida determinam esse consumo‖ (ADORNO, 1994,<br />

p. 92). Situa<strong>do</strong>s historicamente, o conceito e seu significa<strong>do</strong> remetem às pesquisas<br />

desenvolvidas pela Escola de Frankfurt, na Europa, a partir da década de 1920.<br />

Lidera<strong>do</strong>s por esses <strong>do</strong>is pensa<strong>do</strong>res, um grupo de teóricos passa a fazer,<br />

nessa época, estu<strong>do</strong>s críticos acerca da chamada cultura de massa. O empenho<br />

intelectual desses estudiosos reside em mostrar que a ideia de democracia no<br />

acesso aos bens culturais, propiciada pelas transformações tecnológicas oriundas<br />

da Revolução Industrial e da Primeira Guerra Mundial e prenuncia<strong>do</strong>ras da<br />

emancipação humana, é falsa. Segun<strong>do</strong> eles, o propala<strong>do</strong> esclarecimento racional<br />

sobre a realidade que tal guinada técnico-cultural proporcionaria esconde uma<br />

faceta perniciosa à medida que oculta as verdadeiras consequências de seu<br />

significa<strong>do</strong> social (A<strong>do</strong>rno e Horkheimer, 1985).<br />

Em outras palavras, para os autores, ao se apresentar como um mecanismo<br />

democrático e emancipa<strong>do</strong>r de promoção e difusão da cultura, a indústria cultural<br />

dissimula a lógica mercantil travestida de progresso tecnológico na qual ela se<br />

estrutura. Nesse contexto, os produtos culturais e seus difusores servem, na<br />

verdade, à exploração e exclusão <strong>do</strong>s mais fracos pelos mais fortes em termos<br />

econômicos, conforme querem os governos totalitários comprometi<strong>do</strong>s com o<br />

capitalismo burguês industrial em expansão (Cohn, 1994).<br />

De acor<strong>do</strong> com A<strong>do</strong>rno e Horkheimer (1985, p. 119),<br />

A violência da sociedade industrial instalou-se nos homens de uma vez por<br />

todas. Os produtos da Indústria Cultural podem ter certeza de que até<br />

mesmo os distraí<strong>do</strong>s vão consumi-los alertamente. Cada qual é um modelo<br />

da gigantesca maquinaria econômica que, desde o início, não folga a<br />

ninguém, tanto no trabalho quanto no descanso, que tanto se assemelha ao<br />

trabalho [...]. Inevitavelmente, cada manifestação da Indústria Cultural<br />

apresenta as pessoas tais como as mol<strong>do</strong>u a indústria como um to<strong>do</strong>.<br />

22

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!