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R - D - CLAITON CESAR CZIZEWSKI.pdf - Universidade Federal do ...

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Assim, as práticas culturais massivas se reduzem a ―clichês prontos para serem<br />

emprega<strong>do</strong>s arbitrariamente aqui e ali e completamente defini<strong>do</strong>s pela finalidade que<br />

lhes cabe no esquema. Confirmá-lo, compon<strong>do</strong>-o, eis aí a sua razão de ser‖<br />

(ADORNO; HORKHEIMER, 1985, p. 117).<br />

Finalmente, A<strong>do</strong>rno (1994) alerta para o fato de que o uso <strong>do</strong> prefixo não<br />

caracteriza a ―semiformação‖ como um estágio prévio à formação efetiva. Pelo<br />

contrário, segun<strong>do</strong> ele, a primeira é a expressão da total impossibilidade da última.<br />

Em síntese, a grande crítica <strong>do</strong> teórico em relação à razão instrumental concentra-se<br />

na incapacidade desta de, mesmo um tanto adaptada à realidade vigente, distanciar-<br />

se dela a fim de compreendê-la em to<strong>do</strong>s os seus meandros e contradições. Esta<br />

sim, segun<strong>do</strong> ele, uma condição indispensável ao verdadeiro esclarecimento.<br />

1.3 OUTROS OLHARES, OUTRAS PERCEPÇÕES<br />

Filia<strong>do</strong>s a outras tradições teóricas, alguns autores, sobretu<strong>do</strong> latino-<br />

americanos, têm uma maneira diferenciada de conceber a sociedade e a cultura<br />

massificadas. A orientação para a qual se volta o pensamento desses estudiosos<br />

advém de uma concepção estrutural diferenciada sobre a massificação. Sem negar<br />

a natureza econômica da indústria cultural nem a valorização <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r em<br />

detrimento <strong>do</strong> sujeito, que ela exerce, essa vertente teórica extrai dessa situação um<br />

significa<strong>do</strong> que vai além da mera exploração capitalista.<br />

Para Canclini (1995), ao mesmo tempo em que representa uma prática de<br />

ordem econômica ligada ao ideal de ajustamento social, o consumo também se<br />

mostra um exercício de cidadania à medida que permite ao indivíduo que se inclua e<br />

participe, efetivamente, da dinâmica social a que pertence. Além disso, o autor<br />

sustenta que os produtos da cultura e da comunicação de massa, simbólicos ou<br />

materiais, estimulam os sujeitos a exercitarem novas competências, uma vez que os<br />

confronta com situações inéditas – caso <strong>do</strong> manuseio de um novo artefato<br />

tecnológico ou da fruição de uma forma artístico-cultural inacessível antes, por<br />

exemplo. Da mesma forma, Canclini afirma que tais produtos proporcionam<br />

experiências sociais e estéticas negadas ao cidadão pelo Esta<strong>do</strong>.<br />

Yudice (2004), por sua vez, vê a nova configuração proporcionada pela<br />

indústria cultural sob o prisma da produção. Ele salienta que, com o advento da<br />

globalização, determinadas nações que, anteriormente, apresentavam-se<br />

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