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R - D - CLAITON CESAR CZIZEWSKI.pdf - Universidade Federal do ...

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de receptores alcança<strong>do</strong> pela ação de merchandising social exibida em um capítulo<br />

<strong>do</strong> programa.<br />

Apesar da expressividade <strong>do</strong>s números, é grande também a quantidade de<br />

fatores que podem limitar a eficiência dessa prática. Schiavo (1995) esclarece que o<br />

merchandising social é uma ferramenta utilizada para alcançar, como finalidade<br />

principal, a manutenção ou o aumento <strong>do</strong>s índices de audiência da telenovela; o que<br />

explicaria, por exemplo, a crescente abordagem de assuntos polêmicos, uma vez<br />

que despertam grande atenção na audiência e pautam as discussões em sociedade.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, o autor lembra que o sucesso desse tipo de iniciativa também<br />

depende da aceitação da obra de teleficção no qual ele se insere.<br />

Em seguida, Schiavo (1995) aponta o imperativo da contemporaneidade. De<br />

acor<strong>do</strong> com o autor, para surtirem efeito, as práticas de merchandising social em<br />

telenovelas devem se encontrar em conformidade com os valores, problemas e<br />

expectativas vigentes. Para tanto, explica que o autor da trama pode escolher entre<br />

dar ênfase a determinada conduta sobre a qual tenha interesse pessoal específico<br />

(caso <strong>do</strong>s dramaturgos de televisão Aguinal<strong>do</strong> Silva e Gilberto Braga que,<br />

assumidamente homossexuais, abordam em suas obras temas como a a<strong>do</strong>ção<br />

homoafetiva e a criminalização da homofobia, dentre outros); ou se valer de<br />

pesquisas que apontem temas de relevância para a população, sem jamais contar,<br />

no entanto, com investimentos de clientes (como costuma fazer o novelista Manoel<br />

Carlos, conforme visto no capítulo anterior).<br />

Ainda no que concerne aos limites <strong>do</strong> merchandising social em telenovelas,<br />

Crivelaro (2011, p. 122) ressalta que o discurso propaga<strong>do</strong> na ação deve ter<br />

correspondência no comportamento da emissora que exibe a história fictícia.<br />

Segun<strong>do</strong> ele, ―não adianta defender determinada atitude e não agir de mo<strong>do</strong><br />

coerente à ação praticada‖. O autor assinala também que inserções isoladas ao<br />

longo de capítulos podem não surtir resulta<strong>do</strong>s consistentes devi<strong>do</strong> à falta de uma<br />

abordagem planejada e sistemática. Além disso, ele lembra que os temas são<br />

perecíveis e, raramente, continuam em evidência após o fim da telenovela que o<br />

abor<strong>do</strong>u.<br />

Klagsbrunn (1993), por sua vez, lembra que as abordagens de questões<br />

socialmente relevantes, pela ficção, é feita de maneira superficial. Conforme a<br />

autora, os conflitos resultantes dessas temáticas são secundários e, assim, apenas<br />

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