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R - D - CLAITON CESAR CZIZEWSKI.pdf - Universidade Federal do ...

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Brasil sem Armas, realizada na capital fluminense em 14 de setembro de 2003 e<br />

parcialmente exibida pela telenovela no capítulo <strong>do</strong> dia seguinte. As imagens da<br />

manifestação, da qual participaram muitos <strong>do</strong>s atores <strong>do</strong> elenco de Mulheres<br />

Apaixonadas, mostravam, por meio de informações visuais contidas em cartazes,<br />

faixas e camisetas usadas pelos manifestantes, a reivindicação de desarmar a<br />

população <strong>do</strong> país.<br />

Já na quarta cena, que simula um debate escolar, os alunos <strong>do</strong> 3º ano <strong>do</strong><br />

ensino médio da escola que serve de cenário à trama discutem a questão <strong>do</strong><br />

desarmamento (Anexo 2).<br />

A sequência apresenta declarações como ―hoje em dia, tem arma de fogo na<br />

mão de to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Tem até a<strong>do</strong>lescente arma<strong>do</strong>‖; ―tá mais que prova<strong>do</strong> que, em<br />

um caso de roubo ou assalto, as pessoas armadas correm muitos mais riscos de<br />

serem assassinadas <strong>do</strong> que as pessoas desarmadas‖ e ―tem que desarmar‖. A única<br />

referência contrária ao desarmamento é feita por Paulinha (Ana Roberta Gualda),<br />

personagem rejeitada pelo público por se mostrar venal e preconceituosa. Durante,<br />

a atividade escolar fictícia, a aluna limita-se a declarar que ―as pessoas têm direito<br />

de se defender‖, opinião que é desconsiderada pelos debate<strong>do</strong>res, incluin<strong>do</strong> a<br />

professora. Em seguida, outra aluna, Clara (Alinne Morais) – cuja condição de<br />

homossexual rejeitada pela mãe parece comover os telespecta<strong>do</strong>res, conforme<br />

mostra a repercussão da telenovela na época – faz divulgação da já citada passeata<br />

Brasil sem armas.<br />

Ao caracterizar o desarmamento da sociedade civil como um imperativo à<br />

redução da violência urbana, entende-se que a cena em questão informa também<br />

sobre as medidas de prevenção e combate ao problema. O mesmo parece aplicar-<br />

se ao conteú<strong>do</strong> aborda<strong>do</strong> a partir da participação de <strong>do</strong>is atores sociais reais, o<br />

casal Cleyde e Santiago Pra<strong>do</strong> Maia, que é inseri<strong>do</strong> na discussão promovida pela<br />

telenovela no papel de pais de uma vítima de violência – a estudante Gabriela Pra<strong>do</strong><br />

Maia, assassinada por uma bala perdida em uma estação de metrô no bairro da<br />

Tijuca, na cidade <strong>do</strong> Rio de Janeiro, em 25 de março de 2003, quan<strong>do</strong> tinha 14 anos<br />

de idade.<br />

Ao recebê-los, a educa<strong>do</strong>ra afirma que ―é preciso que o Brasil inteiro olhe<br />

bem pra eles e que, de Brasília e <strong>do</strong>s congressistas, venha um olhar mais atento,<br />

agora que se espera que eles votem pelo desarmamento‖. Vesti<strong>do</strong> com uma<br />

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