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R - D - CLAITON CESAR CZIZEWSKI.pdf - Universidade Federal do ...

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fatores agravantes o baixo interesse <strong>do</strong>s anunciantes, já acostuma<strong>do</strong>s ao rádio, e a<br />

escassez de aparelhos televisores, por exemplo.<br />

Essa especificidade faz com que não somente a televisão, mas a indústria<br />

cultural brasileira como um to<strong>do</strong>, assuma ―um papel de controle social difuso‖<br />

(MARQUES DE MELO, 2004). Logo, nesse país, assim como na maioria das nações<br />

latino-americanas, a massificação cultural tem efeitos particulares que não se<br />

configuram nem se explicam pelos mesmos fatores verifica<strong>do</strong>s pela Escola de<br />

Frankfurt na Alemanha, por exemplo.<br />

As consequências de tal contingência podem ser mais bem compreendidas<br />

quan<strong>do</strong> se analisa os paradigmas comunicacionais da América Latina. Segun<strong>do</strong><br />

Marques de Melo (2004), a indústria cultural latino-americana leva tempo para<br />

superar, ainda que parcialmente, uma lógica excludente só revertida a partir da<br />

popularização das mídias radiofônica e televisiva, na primeira metade <strong>do</strong> século XX.<br />

Desde então, esses meios<br />

ensejam oportunidades para a melhoria <strong>do</strong> apetite cognitivo das populações<br />

economicamente ativas. Até mesmo os contingentes analfabetos seriam<br />

promovi<strong>do</strong>s à condição de consumi<strong>do</strong>res culturais de produtos sonoros ou<br />

audiovisuais dissemina<strong>do</strong>s pelas redes abertas, porque acessíveis a baixo<br />

custo (p.20).<br />

Esse quadro, soma<strong>do</strong> a um contexto sociocultural marca<strong>do</strong> pela baixa<br />

qualidade e universalidade <strong>do</strong>s sistemas educacionais nacionais, redunda em uma<br />

realidade na qual ―os maiores contingentes humanos da América Latina se nutrem<br />

de conhecimentos efêmeros, fragmenta<strong>do</strong>s e superficiais somente propicia<strong>do</strong>s pelas<br />

‗escolas paralelas‘ que brotam das redes midiáticas‖ (MARQUES DE MELO, 2004,<br />

p.22).<br />

Por sua longa tradição oral, as populações latino-americanas vão ter no<br />

rádio e, principalmente, na televisão suas ―escolas paralelas‖ mais representativas.<br />

É, aliás, no que tange à televisão que se verifica outra importante ruptura teórica<br />

entre as duas vertentes confrontadas neste trabalho. Enquanto Bourdieu vê na<br />

orientação merca<strong>do</strong>lógica dessa mídia um limita<strong>do</strong>r que sonega à audiência a<br />

disseminação de conteú<strong>do</strong>s verdadeiramente transforma<strong>do</strong>res, Lopes (2009)<br />

sustenta que grande parte da força da televisão, enquanto meio de comunicação de<br />

massa, reside, justamente, na sua capacidade de abertura de repertórios, até então,<br />

priva<strong>do</strong>s ao grande público.<br />

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