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R - D - CLAITON CESAR CZIZEWSKI.pdf - Universidade Federal do ...

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conduz a ferramenta de promoção social em questão para o interior <strong>do</strong>s enre<strong>do</strong>s de<br />

ficção televisiva.<br />

3.1 UM OUTRO ESPAÇO SOCIAL<br />

A esfera pública idealizada por Habermas como um espaço de discussão e<br />

crítica de particulares sobre o to<strong>do</strong> social encontra-se, atualmente, <strong>do</strong>minada pelas<br />

operações empresariais e pela atuação onipresente <strong>do</strong>s meios de comunicação de<br />

massa. Essa nova configuração da sociedade começou a se delinear, sobretu<strong>do</strong>, a<br />

partir década de 1960, mas ganhou contornos mais níti<strong>do</strong>s no fim <strong>do</strong>s anos de 1980.<br />

Nessa época, a consolidação <strong>do</strong> capitalismo global pós-guerra fria se processava ao<br />

mesmo tempo e na mesma proporção em que ocorria uma diminuição progressiva<br />

da capacidade <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de prover o cidadão de suas necessidades básicas.<br />

Como consequência, desenhou-se um espaço público fragmenta<strong>do</strong> e<br />

marca<strong>do</strong> por uma tensão contínua entre as noções de público e priva<strong>do</strong>. De um<br />

la<strong>do</strong>, os governos, por ineficiência ou inércia, relegam à iniciativa privada o<br />

oferecimento <strong>do</strong>s serviços públicos; de outro, as grandes empresas sinalizam aceitar<br />

essa transferência de responsabilidades guiadas, em grande parte, pelos lucros e<br />

pelo fortalecimento de uma imagem social pública que o novo contexto poderia<br />

gerar. Como uma terceira via, a sociedade civil se organiza para tentar garantir a<br />

cidadania por meio <strong>do</strong> trabalho voluntário (Dupas, 2003).<br />

Nessa configuração, a iniciativa privada – conhecida como ―segun<strong>do</strong> setor‖<br />

econômico – pode dividir espaço com parceiros políticos – primeiro setor – e com a<br />

atuação de organizações sem fins lucrativos geridas pela sociedade civil – o<br />

chama<strong>do</strong> ―terceiro Setor‖, ―um espaço de participação e experimentação de novos<br />

mo<strong>do</strong>s de pensar e agir sobre a esfera social‖ (CARDOSO, 1997, p.12).<br />

Antes um espaço caracteriza<strong>do</strong> pela discussão de questões de interesse<br />

público, a nova esfera pública experimenta tanto um alargamento de seus limites<br />

quanto alterações de papéis de seus atores. A mudança reflete o maior peso<br />

representa<strong>do</strong> pelo merca<strong>do</strong> na sua interação com o Esta<strong>do</strong> e a sociedade civil em<br />

tempos de economia global e políticas neoliberais (Burawoy; Braga, 2009). Como<br />

consequência, reitera-se, a iniciativa privada não só passa a suprir demandas<br />

negadas pela ineficiência <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, como a população passa a entendê-la como<br />

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