R - D - CLAITON CESAR CZIZEWSKI.pdf - Universidade Federal do ...
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de violência por ela abordada. Consequentemente, ao passo que a noção de<br />
agendamento da sociedade pela telenovela pareceu se confirmar, o mesmo não se<br />
pode afirmar, com precisão, em relação ao interagendamento das revistas<br />
generalistas semanais analisadas pela obra de ficção em estu<strong>do</strong>.<br />
Por conta disso, fez-se um breve exame exploratório de outros periódicos,<br />
em especial jornais diários de circulação nacional. A partir deles, constatou-se que,<br />
por razões que não cabe discutir no momento, a ausência de produção jornalística<br />
sobre a violência retratada pela telenovela Mulheres Apaixonadas parece uma<br />
prerrogativa das publicações selecionadas para a análise.<br />
Consultas ao site da Rede Globo, produtora da telenovela em questão,<br />
permitiram encontrar um amplo material institucional a respeito desse programa que<br />
citava como fontes um grande número de reportagens produzidas pelos principais<br />
jornais <strong>do</strong> país, como Folha de São Paulo; O Esta<strong>do</strong> de São Paulo e O Globo (RJ).<br />
Além destes, destacam-se publicações populares, como o Jornal da Tarde e Agora<br />
São Paulo; portais da internet, como UOL; e títulos internacionais, como a revista<br />
norte-americana Newsweek e o jornal italiano Corriere Della Sera. Nesses termos,<br />
entende-se que a pouca visibilidade midiática ao tema em questão diz respeito mais<br />
a contingências próprias à lógica interna <strong>do</strong>s veículos de imprensa seleciona<strong>do</strong>s que<br />
a um fenômeno social.<br />
Por esse conjunto de características, concluiu-se que Manoel Carlos buscou<br />
uma dimensão socioeducativa para a abordagem da questão da violência na<br />
telenovela Mulheres Apaixonadas pela via propositiva. Em âmbito temático, propôs<br />
aos telespecta<strong>do</strong>res e à sociedade a reflexão e a discussão acerca de assuntos<br />
relevantes, mas obscureci<strong>do</strong>s no debate social por sua condição de tabu. Pelo<br />
conteú<strong>do</strong> das tramas, propôs o confronto com uma forma de conceber o problema<br />
da violência em senti<strong>do</strong> amplo. Já pela forma como apresentou esse conteú<strong>do</strong>,<br />
propôs um novo modelo de telenovela, que mescla entretenimento e informação,<br />
ficção e realidade, inovação e tradição. Em suma, propôs à audiência uma nova<br />
maneira de se relacionar com o produto telenovela, seja pelas novas competências<br />
de leitura exigidas por novos elementos de linguagem, seja pela postura mais<br />
atenta, reflexiva e engajada imposta pela fruição de mensagens de cunho<br />
socioeducativo.<br />
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