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Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

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vê como uma significativa colaboração individual voluntária sua para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

completo <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

110<br />

Ou seja, que o trabalho adquire uma nova quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, uma quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong> na época em que o homem tinha que ven<strong>de</strong>r a sua força <strong>de</strong><br />

trabalho ao proprietário <strong>da</strong>s máquinas ou <strong>da</strong>s terras para po<strong>de</strong>r levar um<br />

pe<strong>da</strong>ço <strong>de</strong> pão amanhecido aos seus filhos. Agora, os meios <strong>de</strong> produção<br />

passam ao po<strong>de</strong>r do povo... (GUEVARA, 1982e, p.145)<br />

Para tanto, era necessário que todos se conscientizassem a respeito <strong>de</strong>ssa nova<br />

significação do emprego <strong>da</strong> força <strong>de</strong> trabalho. A partir do momento em que se compreen<strong>de</strong>sse<br />

e internalizasse o fato real e palpável que o resultado do esforço produtivo coletivo seria<br />

apropriado socialmente (e, não mais, priva<strong>da</strong>mente), todos se sentiriam estimulados para<br />

<strong>de</strong>dicar-se ca<strong>da</strong> vez mais à sua respectiva função. Nas palavras <strong>de</strong> Guevara:<br />

[Deve-se] construir um futuro no qual o trabalho será a digni<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima<br />

do homem, no qual o trabalho será um <strong>de</strong>ver social, um prazer <strong>da</strong>do ao<br />

homem, no qual o trabalho será o máximo <strong>da</strong> criação; todo mundo <strong>de</strong>verá<br />

estar interessado no seu trabalho e no dos <strong>de</strong>mais, no avanço <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dia após dia. (2004c, p.272)<br />

Alterando a sua lógica e <strong>de</strong>stino final, cria-se uma nova reali<strong>da</strong><strong>de</strong> on<strong>de</strong> não se foge<br />

mais do trabalho, passa-se a procurá-lo <strong>de</strong>vido à expansão <strong>da</strong> consciência e à compreensão <strong>da</strong><br />

sua importância para o bem-estar e <strong>de</strong>senvolvimento coletivos. Além disso, será nesta<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> – através e a partir <strong>de</strong>la – que os homens e mulheres po<strong>de</strong>rão realizar-se em sua<br />

plenitu<strong>de</strong>. Segundo Che, longe <strong>de</strong> ser uma obrigação e um sacrifício, o trabalho consoli<strong>da</strong>r-se-<br />

á como, ―uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> vital como expressão <strong>da</strong> criação humana‖ (GUEVARA, 1982e,<br />

p.145). A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva livre (porque não é ela que <strong>de</strong>terminará a sobrevivência <strong>de</strong> uma<br />

pessoa), assim como a artística, será uma emanação, uma objetivação, afinal, uma<br />

materialização do espírito humano <strong>de</strong>salienado e liberto – é através <strong>de</strong>la que se expressará.<br />

Assim asseverou Che: ―É aí que temos <strong>de</strong> trabalhar, para formar novas gerações que tenham o<br />

máximo interesse em trabalhar e saibam encontrar no trabalho uma fonte permanente e<br />

constantemente geradora <strong>de</strong> novas emoções. Fazer do trabalho algo criador, algo novo.‖<br />

(GUEVARA, 2004c, p.273-4)<br />

Che chega a comentar que havia ain<strong>da</strong> na Cuba dos anos 1960 muitos trabalhadores<br />

em situação difícil, imersos em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sacrificantes. Porém, alertava que, a <strong>de</strong>speito <strong>da</strong><br />

forma do trabalho ter continuado – por enquanto – a mesma, o seu conteúdo já era

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