Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...
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constante guerra do imperialismo estaduni<strong>de</strong>nse contra Cuba, que impedia que projetos<br />
fossem totalmente colocados em prática sem sobressaltos ou no ritmo que se havia imaginado.<br />
Havia fatos, provenientes <strong>de</strong>ssa contradição e <strong>de</strong>sse antagonismo (imperialismo ianque e<br />
soberania cubana) que não tinham como ser previstos pelos dirigentes <strong>da</strong> ilha caribenha e que<br />
influíam sobremaneira no <strong>de</strong>senrolar do processo revolucionário 75 .<br />
Em contraposição a essa instabili<strong>da</strong><strong>de</strong> na objetivação do projetado (proporciona<strong>da</strong><br />
tanto pelas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s internas construí<strong>da</strong>s através dos séculos – sub<strong>de</strong>senvolvimento –<br />
quanto por aquelas advin<strong>da</strong>s do ataque estrangeiro pós-Revolução <strong>de</strong> 1959), Che ambicionava<br />
a efetivação integral na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tudo o que se havia planejado, querendo reduzir ao<br />
mínimo espaço possível qualquer evento ocorrido fora do previamente arquitetado pelo<br />
governo revolucionário. Buscava a objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e o rigor matemáticos na elaboração e na<br />
aplicação dos planos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico do país. Conforme afirmou:<br />
134<br />
[...] estão se iniciando estudos para <strong>da</strong>r à planificação o caráter <strong>de</strong> disciplina<br />
exata, empregando os métodos matemáticos <strong>de</strong> vanguar<strong>da</strong> no campo<br />
econômico [...]. Temos a ambição <strong>de</strong> fazer <strong>da</strong> planificação um instrumento<br />
<strong>de</strong> direção <strong>da</strong> economia quase automático, o mais próximo do rigor<br />
matemático que seja possível [...]. (GUEVARA, 1982c, p. 15 e 16)<br />
Em Cuba, cabia ao Ministério <strong>da</strong>s Indústrias a administração <strong>da</strong> produção e a<br />
planificação econômica. Che, então ministro <strong>da</strong>s Indústrias, afirmava que <strong>de</strong>ntre as condições<br />
fun<strong>da</strong>mentais para que se pu<strong>de</strong>sse elaborar e cumprir à risca um plano, estava aquela<br />
relaciona<strong>da</strong> à ―obrigação‖ <strong>de</strong> se ter um profundo conhecimento <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica do<br />
país, partindo <strong>da</strong> estatística como ferramenta imprescindível para tanto. Conforme Guevara<br />
(1982a, p.33): ―Para fazer um plano é necessário um conhecimento claro <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
nacional. Ou seja, é necessário um conhecimento estatístico vigoroso, preciso, meticuloso, <strong>de</strong><br />
todos os fatores econômicos...‖<br />
Outra condição vital para que a realização <strong>da</strong> planificação ocorresse <strong>de</strong> forma bem-<br />
sucedi<strong>da</strong>, alcançando os objetivos anteriormente estipulados, era a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> na condução <strong>da</strong><br />
75 Che, a seguir, discorre a respeito <strong>de</strong> como o <strong>de</strong>senvolvimento econômico <strong>de</strong> Cuba teve que ser impulsionado e<br />
realizado em meio à constantes ameaças <strong>de</strong> agressão externa e interna e sem os recursos técnicos, materiais e<br />
humanos necessários para tanto. Vejamos: ―[...] <strong>de</strong>víamos continuar fazendo funcionar essas fábricas e também a<br />
agricultura e os transportes. Sem adubo, sem insetici<strong>da</strong>s, sem matérias-primas, sem peças <strong>de</strong> reposição, sem<br />
técnicos, sem organização, com sabotagens, com bandidos operando em nosso território apoiados pelos Estados<br />
Unidos com agressões, com ameaça constante <strong>da</strong> invasão, com mobilizações gerais duas ou três vezes ao ano,<br />
que paralisavam a vi<strong>da</strong> do país; assim fomos avançando.‖ (GUEVARA, 1982c, p.11-2)