Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...
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e gran<strong>de</strong> empresa que é o Estado. De acordo com Guevara (1982i, p.195): ―[...] negamos a<br />
existência <strong>da</strong> categoria mercadoria em relação às empresas estatais, e consi<strong>de</strong>ramos todos os<br />
estabelecimentos como parte <strong>da</strong> única gran<strong>de</strong> empresa que é o Estado.‖<br />
Todo esse esforço e trâmite produtivo tão-somente teria sentido e seria colocado<br />
efetivamente em prática no cotidiano <strong>da</strong> revolução, caso o povo cubano abraçasse as idéias e<br />
os planos sugeridos e elaborados pela direção política <strong>da</strong> ilha. Apenas com o envolvimento<br />
popular – principal fator <strong>de</strong> produção – maciço e substancial, po<strong>de</strong>r-se-ia alcançar as metas<br />
almeja<strong>da</strong>s e projeta<strong>da</strong>s. Isto posto, para garantir a participação consciente e efetiva <strong>da</strong> massa<br />
seria necessário que ela fosse consulta<strong>da</strong> nos momentos <strong>de</strong> confecção <strong>de</strong> um plano. A<br />
vanguar<strong>da</strong> está à frente e coman<strong>da</strong>, mas, segundo acreditava Che, com po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>cisório<br />
totalmente lastreado nos anseios <strong>da</strong> população. De acordo com GUEVARA (1982a, p.34):<br />
137<br />
O plano é uma coisa viva que está <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> fun<strong>da</strong>mentalmente a extrair do<br />
país as reservas adormeci<strong>da</strong>s até esse momento e colocá-las a serviço <strong>da</strong><br />
população. Para isso é necessário <strong>de</strong>spertar o gran<strong>de</strong> fator <strong>de</strong> produção que é<br />
o povo. Isso quer dizer que o povo tem <strong>de</strong> conhecer o que é que queremos,<br />
discutir o que queremos em ca<strong>da</strong> caso, apresentar suas contraposições,<br />
aprová-lo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> entendê-lo e, então, um plano po<strong>de</strong> seguir adiante. Isto<br />
é, o plano tem um caminho que, naturalmente, começa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cima e vai <strong>de</strong><br />
cima para baixo, porém volta <strong>de</strong> baixo para cima.<br />
Guevara não somente ressalta a participação popular na elaboração dos planos<br />
(porque, afinal, é a população que vai executá-los e porque essa prática a acostuma a<br />
participar <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> talhe coletivo), como coloca que são os trabalhadores que ―têm <strong>de</strong><br />
dizer a palavra final quanto ao plano.‖ (1982a, p.34) Ao novamente ressaltar a<br />
imprescindibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma participação consciente e ativa no processo <strong>de</strong> planificação <strong>da</strong><br />
socie<strong>da</strong><strong>de</strong> cubana, Che aponta o quão importante é o fato <strong>de</strong> o povo saber (e aprovar) o que<br />
está acontecendo no país. A classe trabalhadora só estará consciente dos processos<br />
transformadores que estão em voga a partir do momento em que fosse sistematicamente<br />
informa<strong>da</strong> e consulta<strong>da</strong>. Conforme sentenciou Che: ―A divulgação é coisa muito importante<br />
em um regime no qual o conhecimento por parte <strong>da</strong> população do que se vai fazer é<br />
fun<strong>da</strong>mental para que se faça. E não somente o conhecimento, mas o conhecimento e a<br />
aprovação.‖ (GUEVARA, 1982a, p.27, grifos nossos)<br />
Po<strong>de</strong>r-se-ia inferir, pertinente ao exposto logo acima, que se tratava Cuba <strong>de</strong> uma<br />
socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> relações sociais e <strong>de</strong> produção mais <strong>de</strong>mocráticas do que aquelas observa<strong>da</strong>s nas