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Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

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O contato com o produto <strong>de</strong> seu trabalho ou do trabalho alheio amplia a consciência<br />

do homem, e o objeto existente na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> mostra-se ao ser social na sua totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s e características. Através do contato com esses objetos, frutos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

produtivas <strong>de</strong> talhe coletivo (cuja apropriação é coletiva), o homem apreen<strong>de</strong> a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> em<br />

sua essência. Nos próprios objetos – sociais – encontram-se explícitas to<strong>da</strong>s as relações<br />

sociais <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> concernentes diretamente a essa forma <strong>de</strong> sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> organização<br />

<strong>da</strong> produção. De acordo com que afirmou Marx: ―Vimo-lo, o homem só não se per<strong>de</strong> no seu<br />

objeto se este se tornar para ele objeto humano ou homem objetivo. Isto só é possível na<br />

medi<strong>da</strong> em que se lhe torna objeto social, em que ele próprio se torna ser social, assim como a<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> se torna para ele ser nesse objeto.‖ (1994, p.97, grifos do autor) 16<br />

Desse modo, o objeto apresenta-se para o homem humanamente e o seu criador, ao<br />

objetivar-se no mesmo, se torna visível a qualquer um que usufrua do seu trabalho <strong>de</strong><br />

concepção e execução. Há uma correspondência e uma i<strong>de</strong>ntificação entre o mundo interior<br />

individual e o mundo externo material e social. Como po<strong>de</strong>mos ver em Marx: ―O objeto do<br />

trabalho é, portanto, a objetivação <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> genérica do homem, na medi<strong>da</strong> em que ele se<br />

duplica não só intelectualmente, como na consciência, mas também operativamente,<br />

realmente, e intui-se por isso num mundo criado por ele.‖ (1994, p.68, grifos do autor) 17<br />

Nesse sentido, ain<strong>da</strong> para esse autor, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva dos homens surge como ―a<br />

condição básica e fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> humana‖, <strong>de</strong> forma que – para usarmos uma<br />

expressão <strong>de</strong> Engels, ―até certo ponto, po<strong>de</strong>mos afirmar que o trabalho criou o próprio<br />

homem‖ 18 , sendo ele, <strong>de</strong> fato, o principal responsável por propiciar o advento <strong>da</strong> sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

humana. É proveniente especificamente <strong>de</strong> sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> do homem<br />

conceber um mundo que a ele é estranho ou que, por outro lado, po<strong>de</strong> refletir e emanar a sua<br />

consciência livre e criadora.<br />

Nas primitivas formações econômico-sociais basea<strong>da</strong>s na posse coletiva dos meios <strong>de</strong><br />

produção (sendo a terra o principal <strong>de</strong>les), o homem via-se em mundo exterior totalmente<br />

16 ―Nós vimos. O homem só não se per<strong>de</strong> em seu objeto se este lhe vem a ser como objeto humano ou homem<br />

objetivo. Isto só é possível na medi<strong>da</strong> em que ele vem a ser objeto social para ele, em que ele próprio se torna ser<br />

social (gesellschaftliches Wesen), assim como a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> se torna ser (Wesen) para ele neste objeto.‖ (MARX,<br />

2004, p.109, grifos do autor)<br />

17 ―O objeto do trabalho é portanto a objetivação <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> genérica do homem: quando o homem se duplica não<br />

apenas na consciência, intelectual[mente], mas operativa, efetiva[mente], contemplando-se, por isso, a si mesmo<br />

num mundo criado por ele.‖ (MARX, 2004, p.85, grifos do autor)<br />

18 ENGELS, F. O Papel do Trabalho na Transformação do Macaco em Homem. 1ª ed. Neue Zeit, 1896.<br />

Extraído do sítio http://www.marxists.org/portugues/marx/1876/mes/macaco.htm em 23/08/2006.<br />

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