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Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

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com a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, e <strong>de</strong>u tudo o que podia <strong>da</strong>r <strong>de</strong> si para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong>la.<br />

A concorrência entre os voluntários e trabalhadores em geral era fomenta<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma<br />

maneira saudável no intuito <strong>de</strong> manter os ânimos exaltados e com gran<strong>de</strong> espírito <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>dicação. Não havia estímulo material individual para quem quebrasse recor<strong>de</strong>s ou qualquer<br />

coisa do tipo, havia ―somente‖ a sensação positiva, senti<strong>da</strong> por esses novos homens, <strong>de</strong> que<br />

contribuíram conscientemente para a construção <strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> melhor e mais justa. E esse<br />

<strong>de</strong>veria ser o espírito <strong>da</strong> Revolução <strong>de</strong> 1959 em sua fase guevarista.<br />

3.2 Estímulo Material vs. Estímulo Moral<br />

A questão <strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong> estímulos materiais ou estímulos morais para incentivar o<br />

aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos trabalhadores sempre ocupou lugar central nas reflexões <strong>de</strong><br />

Che Guevara. Mesmo não escon<strong>de</strong>ndo a sua predileção absoluta pela segun<strong>da</strong> forma cita<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>spertar o ânimo do proletariado cubano – posição que tinha consonância direta com a<br />

importância que <strong>da</strong>va aos assuntos <strong>da</strong> consciência, Che não ignorava o fato palpável e<br />

objetivo do contexto infra-estrutural <strong>de</strong> Cuba dos anos 1960 que sinalizava que, durante um<br />

período não-<strong>de</strong>terminado <strong>da</strong> transição, ain<strong>da</strong> teriam que ser utilizados alguns tipos <strong>de</strong><br />

estímulos materiais para que se garantisse o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> economia e a participação<br />

ativa <strong>da</strong> população nos projetos elaborados pelo governo revolucionário.<br />

Por mais que se colocasse como meta para proporcionar o <strong>de</strong>senvolvimento do país a<br />

criação <strong>de</strong> um parque industrial com uma tecnologia que acompanhasse o que estava sendo<br />

feito no mundo na época, nunca foi esqueci<strong>da</strong>, nos anos guevaristas <strong>de</strong> Cuba, a importância<br />

essencial do estímulo moral para propiciar a elevação <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Portanto, não seria<br />

apenas mediante investimento em ciência e tecnologia que seriam garantidos altos níveis <strong>de</strong><br />

produção – tão importante quanto era, novamente, a questão <strong>da</strong> consciência como<br />

impulsionadora <strong>da</strong> vonta<strong>de</strong> e <strong>da</strong> inventivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (que redun<strong>da</strong> em progresso técnico) do<br />

trabalhador. Segundo Ricardo Rojo, ―Guevara estava convencido <strong>de</strong> que os estímulos morais<br />

à produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> eram inseparáveis <strong>de</strong> qualquer programa <strong>de</strong> racionalização do trabalho<br />

industrial.‖ (1968, p.84)

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