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Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

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Guevara dizia que um bom trabalhador <strong>de</strong>veria estu<strong>da</strong>r a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> política e<br />

econômica do seu país e do mundo, além <strong>de</strong> sempre procurar aperfeiçoar-se tecnicamente. Ao<br />

falar do <strong>de</strong>ver moral que os jovens tinham em relação à <strong>de</strong>dicação ferrenha aos estudos, Che<br />

sinaliza sem meias-tintas o que era a educação para uma revolução: ―E os jovens – eu entre<br />

eles, pois me consi<strong>de</strong>ro um jovem – temos que estu<strong>da</strong>r, e estu<strong>da</strong>r forte. [...] Deve-se estu<strong>da</strong>r<br />

<strong>de</strong> qualquer maneira, sem nenhuma <strong>de</strong>sculpa [...] estu<strong>da</strong>r é uma obrigação revolucionária.‖<br />

(GUEVARA apud PÉREZ-GALDOS, 1988, p.155, tradução nossa)<br />

A importância <strong>da</strong> educação para a transformação do homem (alterando a sua<br />

consciência e a sua forma <strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r e interagir com o mundo) e <strong>da</strong> estrutura econômica <strong>de</strong><br />

uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> (<strong>de</strong>senvolvimento técnico) sempre foi ressalta<strong>da</strong> por Che. Segundo ele, todos<br />

os cubanos tinham a obrigação moral <strong>de</strong> se aperfeiçoar cotidianamente para assim<br />

permanecerem progredindo rumo à libertação completa <strong>da</strong> consciência e do trabalho. Este que<br />

<strong>de</strong>veria, ca<strong>da</strong> vez mais – e graças à aplicação intensiva <strong>de</strong> ciência e tecnologia –, ser<br />

executado por máquinas em benefício dos seres humanos. Guevara (apud PÉREZ-GALDOS,<br />

1988, p.139, tradução nossa) assim sintetizou o papel <strong>da</strong> educação no processo <strong>de</strong> advento do<br />

homem novo e <strong>da</strong> nova socie<strong>da</strong><strong>de</strong> socialista:<br />

O homem através <strong>da</strong> educação se supera; e quando essa educação se realiza<br />

mediante um espírito coletivo, quando o sentido revolucionário <strong>de</strong> todos<br />

aju<strong>da</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> consciência <strong>de</strong> todos, o salto po<strong>de</strong> ser<br />

gigantesco. [...] e ninguém nos exigiu que temos que saber isso ou aquilo em<br />

tal ou qual tempo; o que exigimos, nos exigimos a todos, é saber um pouco<br />

mais a ca<strong>da</strong> dia. Esse é o espírito que <strong>de</strong>ve prevalecer.<br />

Guevara insistia no reconhecimento que <strong>de</strong>veria ser feito concernente à característica<br />

<strong>de</strong> ―produto não-acabado‖ dos homens, sempre passíveis <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças e transformações.<br />

Segundo ele, todos <strong>de</strong>veriam fazer um esforço contínuo para erradicar as quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s her<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

<strong>da</strong> civilização e cultura cria<strong>da</strong>s pela burguesia. E para se criar a tal nova consciência do<br />

homem novo, havia dois caminhos principais, o <strong>da</strong> educação e o <strong>da</strong> auto-educação. ―A<br />

revolução se faz através do homem, mas o homem <strong>de</strong>ve forjar dia-a-dia seu espírito<br />

revolucionário.‖ (GUEVARA, 2004d, p.267)<br />

Assim, a conscientização adviria com a educação (em geral oferta<strong>da</strong> pelo Estado<br />

Revolucionário li<strong>de</strong>rado pela vanguar<strong>da</strong> no processo <strong>de</strong> transição) e com a força <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> e<br />

disciplina <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> cubano que tinha que trazer à tona novos pensamentos (e novas práticas)<br />

mais consonantes com os valores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> socialista em construção.<br />

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