Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...
Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...
Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
produção, para acentuar a evolução do homem em direção ao ‗Reino <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>‘.‖<br />
(GUEVARA, 1982i, p.190)<br />
Apesar <strong>de</strong> aumentar a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> irrupção <strong>de</strong> uma revolução vitoriosa – <strong>de</strong>vido<br />
às condições objetivas que engendra –, o sub<strong>de</strong>senvolvimento econômico atrapalha e<br />
obstaculiza profun<strong>da</strong>mente o <strong>de</strong>senrolar do processo revolucionário, principalmente em seu<br />
aspecto material mais imediato. Tem-se que <strong>de</strong>senvolver a infra-estrutura econômica a partir<br />
<strong>de</strong> um estágio muito incipiente, o que resulta em gran<strong>de</strong> ônus e sacrifício inicial <strong>da</strong> população.<br />
E justamente diante <strong>de</strong>ssas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s e adversi<strong>da</strong><strong>de</strong>s concretas, po<strong>de</strong> ser tentador, a um<br />
governo que rege a transição rumo ao socialismo, a utilização <strong>de</strong> algumas categorias<br />
capitalistas para estimular o crescimento <strong>da</strong> economia do país.<br />
120<br />
O sub<strong>de</strong>senvolvimento, por um lado, e a habitual fuga <strong>de</strong> capitais para países<br />
‗civilizados‘, por outro, tornam impossível uma mu<strong>da</strong>nça rápi<strong>da</strong> e sem<br />
sacrifícios. Resta um gran<strong>de</strong> caminho a percorrer na construção <strong>da</strong> base<br />
econômica, e a tentação <strong>de</strong> seguir pelos caminhos do interesse material como<br />
alavanca impulsora <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento acelerado é muito gran<strong>de</strong>.<br />
(GUEVARA, 2004d, p.253)<br />
De acordo com Che, a partir do momento em que se busca e se cria uma série <strong>de</strong><br />
artifícios que visam premiar e compensar materialmente um trabalhador (ou grupos <strong>de</strong>les)<br />
para que alcancem <strong>de</strong>terminados patamares <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, há uma distorção do objetivo<br />
social que existe na função produtiva <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> proletário – ocorre uma contraposição <strong>de</strong> seres<br />
semelhantes que passam a correr individualmente atrás <strong>de</strong> soluções egoístas para os seus<br />
problemas. Este fato redun<strong>da</strong>ria, fatalmente, na fragmentação e conseqüente que<strong>da</strong> do grau <strong>de</strong><br />
conscientização <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um. Che Guevara (1982i, p.194) assim <strong>de</strong>finiu: ―a concepção<br />
individualista que o estímulo material direto exerce sobre a consciência [freia] o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento do homem como ser social.‖<br />
Caso o interesse material se estabelecesse como o principal impulsionador dos<br />
trabalhadores, passando a existir um estímulo <strong>da</strong> rivali<strong>da</strong><strong>de</strong> e não <strong>da</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> entre eles –<br />
o bem-estar individual permaneceria como o motor propulsor <strong>da</strong> ação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um. A<br />
apropriação (via distribuição) do produto po<strong>de</strong>ria até ser coletiva, mas o fator que empurraria<br />
o proletário (a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> material) continuaria o mesmo que o <strong>da</strong> sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong> capitalista.<br />
De tal sorte que a consciência pouco se expandiria e a Revolução Socialista não teria a sua<br />
pereni<strong>da</strong><strong>de</strong> garanti<strong>da</strong>. E<strong>de</strong>r Sa<strong>de</strong>r (2004, p.35) asseverou: ―Altos po<strong>de</strong>m ser os índices <strong>da</strong><br />
produção material e mesmo <strong>da</strong> melhoria <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, mas ele [Che] duvi<strong>da</strong>