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Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

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Capítulo 1 – O HOMEM NOVO DE CHE GUEVARA<br />

1.1 Notas Introdutórias: Trabalho, Estranhamento e Alienação em Marx<br />

Para garantir a sua subsistência e a reprodução <strong>de</strong> sua espécie, os homens <strong>de</strong>vem<br />

estabelecer uma interação produtiva com o meio em que se <strong>de</strong>senvolvem. A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

simplesmente coletora não é capaz <strong>de</strong> suportar as <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s diversas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s que <strong>da</strong><br />

natureza <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m. Justamente neste fato resi<strong>de</strong> o principal diferencial entre os seres<br />

humanos e os <strong>de</strong>mais animais: a produção é uma capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> inerente <strong>da</strong> espécie humana, não<br />

sendo – <strong>de</strong> nenhum modo – passível <strong>de</strong> ser estendi<strong>da</strong> a qualquer outro membro do reino<br />

animal. Somente os homens têm a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> criar, a partir <strong>de</strong> sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> objetiva e<br />

produtora, um mundo por eles mesmos concebidos.<br />

Po<strong>de</strong>-se distinguir os homens dos animais pela consciência, pela religião ou<br />

por tudo que se queira. Mas eles próprios começam a se diferenciar dos<br />

animais tão logo começam a produzir seus meios <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, passo este que é<br />

condicionado por sua organização corporal. Produzindo seus meios <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>,<br />

os homens produzem, indiretamente, sua própria vi<strong>da</strong> material. (MARX &<br />

ENGELS, 1987, p.27, grifo dos autores)<br />

Muito mais do que garantir a sua sobrevivência, a auto-ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> humana tornara-se<br />

uma representação, isto é, uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira emanação <strong>da</strong> essência dos seres humanos. ―O<br />

homem carrega consigo, agora, a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> humanizar o mundo, através do processo em<br />

que ele produz a si mesmo.‖ 13 Em tais objetos, frutos <strong>de</strong>ssa interação consciente e produtiva<br />

com o meio-ambiente, eram encontrados não só utilitarismos triviais e valores <strong>de</strong> uso em<br />

geral, mas, principalmente, os reflexos <strong>de</strong> uma consciência ca<strong>da</strong> dia mais livre e sabedora <strong>da</strong><br />

sua conexão intrínseca com os <strong>de</strong>mais seres e com a Natureza – corpo inorgânico do homem.<br />

O modo e o que era produzido <strong>de</strong>finiam o caráter e a expressão dos diferentes<br />

produtos. Manifesta-se, portanto, a correspondência e a relação direta que existe entre a forma<br />

(material, objetiva) pela qual o homem produz e a sua consciência; isto é, a sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> – o<br />

modo através <strong>da</strong> qual a pratica – acaba por <strong>de</strong>terminar a sua apreensão e o seu enxergar <strong>da</strong><br />

13 SILVA, <strong>Newton</strong> F. A Alienação no Trabalho em Marx nos Manuscritos Econômico-Filosóficos <strong>de</strong> 1844.<br />

Monografia <strong>de</strong> Conclusão do Curso <strong>de</strong> Ciências Econômicas. Unesp/Araraquara. Mimeografado, 2001. Este<br />

primeiro capítulo <strong>da</strong> dissertação é baseado, em certa medi<strong>da</strong>, no trabalho supracitado.<br />

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