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Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

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através do qual o trabalho se <strong>de</strong>sapossa, a realização <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>sapossamento.<br />

(MARX, 1994, p.71, grifos do autor) 22<br />

A proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> priva<strong>da</strong>, o comércio e a divisão do trabalho refletem, <strong>de</strong> fato, um modo<br />

<strong>de</strong> organização social e econômica que impõem um trabalho <strong>de</strong>spossuído <strong>da</strong> generi<strong>da</strong><strong>de</strong> típica<br />

<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> humana. A outrora ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> (potencialmente) total passa a ser circunscrita e<br />

limita<strong>da</strong>. De acordo com Marx: ―A consi<strong>de</strong>ração <strong>da</strong> divisão do trabalho e <strong>da</strong> troca é do maior<br />

interesse, porque são as expressões perceptivelmente <strong>de</strong>sapossa<strong>da</strong>s <strong>da</strong> força essencial e<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> humanas, como uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e força essencial conformes ao gênero.‖ (1994,<br />

p.145, grifos do autor) 23<br />

Os três principais fatores responsáveis pelas novas relações sociais passam a se<br />

<strong>de</strong>terminar e a se afirmar entre si num gran<strong>de</strong> movimento dialético que redun<strong>da</strong>ria finalmente<br />

no estabelecimento do sistema capitalista <strong>de</strong> produção e na entronização <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

priva<strong>da</strong> como ―uma energia cosmopolita, universal, que <strong>de</strong>rruba todo o limite e todo o vínculo<br />

para se pôr na posição <strong>de</strong> única política, única universali<strong>da</strong><strong>de</strong>, único limite e único vínculo....‖<br />

(MARX, 1994, p.86, grifo do autor) 24 A divisão social do trabalho e a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> priva<strong>da</strong><br />

passam a fazer parte tanto do processo <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reprodução material<br />

humana quanto também ampliam, significativamente, o estranhamento dos homens frente à<br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> objetiva.<br />

A divisão social do trabalho, o aparecimento <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> priva<strong>da</strong> e a<br />

formação <strong>da</strong>s classes sociais (três aspectos <strong>de</strong> um mesmo processo) não<br />

tiveram apenas um efeito positivo, impulsionando o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

econômico [...]. Coube-lhes outra conseqüência, além <strong>de</strong> terrivelmente<br />

trágica, historicamente negativa: a dilaceração do homem, o fracionamento<br />

<strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong>, a ruptura <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> espontânea, a <strong>de</strong>struição <strong>da</strong><br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> humana primitiva. (KONDER, 1965, p.43)<br />

O homem, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que vive e produz coletivamente, carrega <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si um sentimento<br />

<strong>de</strong> universali<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação à sua espécie, ou seja, reconhece-se como um ser pertencente a<br />

22 ―Somente no <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iro ponto <strong>de</strong> culminância do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> priva<strong>da</strong> vem à tona<br />

novamente este seu mistério, qual seja: que é, por um lado, o produto do trabalho exteriorizado e, em segundo<br />

lugar, que é o meio através do qual o trabalho se exterioriza, a realização <strong>de</strong>sta exteriorização. (MARX, 2004,<br />

p.88, grifos do autor)<br />

23 ―A consi<strong>de</strong>ração <strong>da</strong> divisão do trabalho e <strong>da</strong> troca é do maior interesse, porque elas são as expressões<br />

manifestamente exterioriza<strong>da</strong>s <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e força essencial humanas como uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e força essencial<br />

conformes ao gênero (Gattungsmässige).‖ (MARX, 2004, p.155, grifos do autor)<br />

24 ―uma energia cosmopolita, universal, que <strong>de</strong>rruba to<strong>da</strong> barreira, todo vínculo, para se colocar na posição <strong>de</strong><br />

única política, [única] universali<strong>da</strong><strong>de</strong>, [única] barreira e [único] vínculo...‖ (MARX, 2004, p.100, grifos do<br />

autor)<br />

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