Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...
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Che Guevara indica a seguir a ilação que faz <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> teoria em<br />
um contexto revolucionário ao afirmar a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se fazer uma revolução em um país<br />
mesmo sem uma teoria revolucionária correspon<strong>de</strong>nte – muito embora reconheça que o<br />
caminho para a vitória e afirmação <strong>de</strong>finitiva <strong>de</strong> tal conquista po<strong>de</strong>ria ficar mais dificultoso<br />
sem aquela. Conforme Guevara: ―[...] po<strong>de</strong>mos fazer a revolução, se interpretamos<br />
corretamente a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> histórica e se utilizamos corretamente as forças que nela intervêm,<br />
mesmo sem conhecer a teoria. É claro que o conhecimento <strong>da</strong> teoria simplifica a tarefa e<br />
impe<strong>de</strong> que se caia em erros perigosos...‖ (2004b, p.113, grifos nossos)<br />
Por mais que Che Guevara aponte os seus próprios limites teóricos, exaltando, em<br />
várias passagens, a posição essencial que uma teoria revolucionária <strong>de</strong>va ocupar em uma<br />
revolução, torna-se patente em alguns momentos – provavelmente <strong>de</strong>vido às pressões <strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong>cisões imediatas e objetivas naquele instável, miserável e beligerante contexto histórico –<br />
um certo esquecimento, <strong>de</strong>le mesmo, em relação à teoria – rechaça<strong>da</strong> em sua aplicação ali em<br />
território cubano, mas indica<strong>da</strong> como panacéia para os ―males‖ do socialismo soviético. É<strong>de</strong>r<br />
Sa<strong>de</strong>r diz que seria então o pensamento <strong>de</strong> Che mais uma resposta aos problemas imediatos e<br />
práticos surgido nos primeiros anos <strong>da</strong> Revolução Cubana – não possuindo, assim, as suas<br />
obras, gran<strong>de</strong>s sistematizações teóricas e generalizações. Florestan Fernan<strong>de</strong>s (1979, p.221 e<br />
p.223) sintetizou concernente à questão teórica na Revolução Cubana:<br />
Ain<strong>da</strong>:<br />
143<br />
O que importa assinalar é que não ocorreu um esforço criativo para<br />
engendrar uma teoria revolucionária a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> a essas condições <strong>de</strong> eclosão<br />
histórica do período <strong>de</strong> transição, que propusesse as contradições emergentes<br />
e a política para enfrentá-las [...]. Enquanto as questões cruciais mais<br />
elementares permaneciam sem equacionamento ou eram soluciona<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />
maneira precária, provisória e semi-socialista, as questões mais can<strong>de</strong>ntes<br />
encontravam solução <strong>de</strong>finitiva na representação i<strong>de</strong>ológica (e utópica).<br />
Pra dizer o mínimo, isso só po<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar a <strong>de</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> ou a inexistência <strong>de</strong><br />
uma doutrinação marxista-leninista formal (através do PCC ou por outras<br />
vias). Ou seja, que a educação socialista revolucionária do proletariado ain<strong>da</strong><br />
se acha esmaga<strong>da</strong> pelas célebres ‗correias <strong>de</strong> transmissão‘ em que ela chega<br />
a inserir-se.<br />
Outra imprecisão teórica (ou <strong>de</strong>dução equivoca<strong>da</strong>), a nosso ver, se verifica quando<br />
Che sentencia que o fato <strong>de</strong> chegar ao po<strong>de</strong>r pela via revolucionária e <strong>de</strong>clarar o caráter