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Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

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(GUEVARA, 1982a, p.47) Cabe aqui reiterar que tão-somente é possível ―sentir‖ o que se faz<br />

possuindo consciência e i<strong>de</strong>ntificação com as tarefas propostas e executa<strong>da</strong>s.<br />

O homem novo <strong>de</strong> Che é antípo<strong>da</strong> e antagonista do ser humano presente na socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

burguesa (o homo economicus <strong>da</strong> Economia Política Clássica) – tanto do trabalhador alienado<br />

quanto do capitalista individualista e egoísta. É a negação <strong>de</strong> ambos e afirmação <strong>de</strong> uma nova<br />

consciência e prática comunistas ain<strong>da</strong> em um momento <strong>de</strong> transição rumo a esse sistema.<br />

Segundo Che, não só a próxima geração – nasci<strong>da</strong> já sob os auspícios socialistas, mas a sua<br />

própria geração e to<strong>da</strong> a população <strong>de</strong> Cuba, <strong>de</strong>veriam esforçar-se no sentido <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r<br />

e incorporar o ―novo‖ que é trazido e propiciado por aquele momento revolucionário. O modo<br />

burguês e alienado <strong>de</strong> enxergar a vi<strong>da</strong> e vivê-la <strong>de</strong>veria ser substituído, mediante educação,<br />

auto-educação e trabalho, por uma perspectiva e uma prática humanista, solidária e gregária.<br />

Assim <strong>de</strong>finiu: ―[...] quase tudo o que pensávamos e sentíamos naquela época passa<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ve<br />

arquivar-se e <strong>de</strong>ve criar-se um novo tipo humano. E se ca<strong>da</strong> um for o próprio arquiteto <strong>de</strong>sse<br />

novo tipo humano, muito mais fácil será para todos criá-lo[...] que seja o expoente <strong>da</strong> nova<br />

Cuba.‖ 46<br />

O individualismo, símbolo máximo do homem fracionado, era combatido o tempo<br />

todo por Che em suas proposições e manifestações. Des<strong>de</strong> quando chegaram ao po<strong>de</strong>r, mesmo<br />

ain<strong>da</strong> que com um cariz político e pragmático, Che chamava à união todos os atores sociais<br />

progressistas que queriam acabar com aquela herança <strong>de</strong> miséria e exploração <strong>de</strong>ixa<strong>da</strong> por<br />

mais <strong>de</strong> 400 anos <strong>de</strong> espoliação imperialista espanhola e estaduni<strong>de</strong>nse em Cuba. A<br />

estimulação <strong>de</strong> um pensamento coletivista que inserisse ca<strong>da</strong> indivíduo no gran<strong>de</strong> todo<br />

representado pelo povo e o conscientizasse <strong>da</strong> interconexão que há entre todos os seres<br />

humanos era uma constante no discurso guevarista. Invocava a fraterni<strong>da</strong><strong>de</strong> e exorcizava o<br />

individualismo. ―Todo o seu empenho se dirige para a participação consciente <strong>de</strong> todos numa<br />

obra gigantesca <strong>de</strong> libertação social.‖ (SADER, 2004, p.41)<br />

A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> membro <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>veria passar a ter uma nova conotação,<br />

<strong>de</strong>veria ser contextualiza<strong>da</strong> como uma prática social – aquela que não objetiva benefícios<br />

individuais imediatos somente, mas antes (e principalmente) benefícios coletivos. Este<br />

membro sabe que através do <strong>de</strong>senvolvimento social ele será naturalmente beneficiado em sua<br />

individuali<strong>da</strong><strong>de</strong>. ―O individualismo como tal, como ação única <strong>de</strong> uma pessoa em um meio<br />

46 GUEVARA, Ernesto Che. El Medico Revolucionario. 20 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1960a. Extraído do sítio<br />

http://www.archivo-chile.com em 17/08/2008. Tradução nossa.<br />

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