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Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

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fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> nossa obra é a juventu<strong>de</strong>: <strong>de</strong>positamos nossa esperança nela e a preparamos<br />

para tomar a ban<strong>de</strong>ira <strong>da</strong>s nossas mãos.‖ (GUEVARA, 2004d, p.268)<br />

Ao falar sobre as principais quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s que <strong>de</strong>ve ter um membro do Partido, Che<br />

parece fazer referência e <strong>de</strong>finir, ain<strong>da</strong> que não o diga explicitamente, o próprio homem novo<br />

<strong>da</strong> transição socialista em Cuba. Segundo Guevara, os trabalhadores eleitos para fazer parte<br />

do Partido teriam que ser aqueles que possuíam uma consciência mais avança<strong>da</strong> que os<br />

<strong>de</strong>mais – passando, assim, a servir <strong>de</strong> exemplo para todos os outros operários e estimulando o<br />

espraiamento <strong>da</strong> conduta e do pensamento socialista entre to<strong>da</strong> a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. ―Vocês<br />

conhecem o espírito <strong>de</strong> sacrifício, <strong>de</strong> camara<strong>da</strong>gem, <strong>de</strong> amor pela pátria, o espírito <strong>de</strong> ser<br />

vanguar<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> momento <strong>de</strong> luta, o espírito <strong>de</strong> condutor através do exemplo, <strong>de</strong> condutor<br />

mo<strong>de</strong>sto, <strong>de</strong> condutor sem alaridos que <strong>de</strong>ve ter um membro do partido.‖ (GUEVARA, 2004f,<br />

p.240)<br />

A vanguar<strong>da</strong> operária revolucionária seria composta por trabalhadores que já tivessem<br />

introjetado os novos valores comunistas e solidários <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em construção. Portanto, o<br />

que para muitos po<strong>de</strong>ria soar como sacrifício exagerado, para os trabalhadores conscientes –<br />

a<strong>de</strong>ptos lúcidos e voluntários do processo <strong>de</strong> transformação ora em voga, seria mais um <strong>de</strong>ver<br />

social que é cumprido por pessoas que sabem o que estão fazendo e que reconhecem a<br />

relevância <strong>da</strong> sua atitu<strong>de</strong> vanguardista <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contexto <strong>de</strong> transformação social radical.<br />

E tais esforços não ganham a conotação <strong>de</strong> sacrifício justamente por serem praticados<br />

consciente e voluntariamente, sabendo-se a importância <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> ou atitu<strong>de</strong><br />

para a garantia <strong>da</strong> vitória e do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Revolução. Sem nenhum tipo <strong>de</strong> coerção<br />

externa, o indivíduo, através <strong>da</strong> educação e do exemplo, internaliza os novos valores e passa a<br />

praticá-lo na complexa e difícil reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> transição socialista. Destarte, o homem novo tem<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si (e os põem em prática) esses novos valores solidários e esse renovado espírito <strong>de</strong><br />

sacrifício. Ao mu<strong>da</strong>r os seus valores e avançar o grau <strong>de</strong> conscientização, altera-se,<br />

subseqüente e consequentemente, a atitu<strong>de</strong> (prática) frente à vi<strong>da</strong>. Conforme <strong>de</strong>finiu Guevara<br />

(2004f, p.240-1):<br />

[...] o membro do partido novo <strong>de</strong>ve ser um homem que sinta intimamente<br />

em todo o seu ser as novas ver<strong>da</strong><strong>de</strong>s, que a sinta com naturali<strong>da</strong><strong>de</strong>, que<br />

aquilo que seja sacrifício para o comum <strong>da</strong>s pessoas seja para ele<br />

simplesmente a ação cotidiana, o que ele <strong>de</strong>ve fazer e o que é natural fazer.<br />

Ou seja, mu<strong>da</strong>-se totalmente a atitu<strong>de</strong> frente a <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s obrigações do<br />

homem na sua vi<strong>da</strong> cotidiana e frente a <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s obrigações <strong>de</strong> um<br />

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