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Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

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uma guerra civil. Guevara (1982h, p.69) assim sintetizou o que para ele <strong>de</strong>cretou a falência<br />

teórica <strong>da</strong> URSS:<br />

119<br />

[...] existe uma crise <strong>de</strong> teoria, e a crise teórica se produz por haver<br />

esquecido a existência <strong>de</strong> Marx e porque ali se baseiam somente numa parte<br />

do trabalho <strong>de</strong> Lênin. O Lênin dos anos 20 é tão-somente uma pequena parte<br />

<strong>de</strong> Lênin [...]. Na atuali<strong>da</strong><strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>ra sobretudo este último período,<br />

admitindo como ver<strong>da</strong><strong>de</strong>s coisas que teoricamente não são certas, que foram<br />

impostas pela prática, que estão ain<strong>da</strong> revesti<strong>da</strong>s pelo perfil prático e são<br />

analisa<strong>da</strong>s teoricamente [...]. Na presença <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas<br />

<strong>de</strong>stes últimos anos, qual tem sido a reação? Não ir à fonte, para procurar a<br />

raiz dos erros, mas tentar resolvê-los <strong>de</strong> maneira empírica.<br />

Já na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960, Guevara havia feito o diagnóstico do retorno ou manutenção <strong>de</strong><br />

categorias capitalistas nos modos <strong>de</strong> produção ditos socialistas dos países <strong>da</strong> Europa Oriental<br />

– <strong>de</strong>ntre as principais apontava o estímulo provocado pela promessa <strong>de</strong> futuro benefício<br />

material individual aos operários mais produtivos. Segundo Che, ao não atingir o mesmo<br />

nível <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do oci<strong>de</strong>nte capitalista, os países que tentavam praticar o socialismo<br />

não aprofun<strong>da</strong>vam os estudos teóricos <strong>de</strong> matriz marxista para po<strong>de</strong>rem enten<strong>de</strong>r o fenômeno.<br />

Através <strong>de</strong> um pragmatismo anti-teórico, buscavam no exemplo <strong>da</strong>s potências capitalistas a<br />

solução <strong>de</strong> seus problemas. Conforme Guevara (1982h, p.70):<br />

[...] estamos na presença <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> países que estão todos eles<br />

mu<strong>da</strong>ndo <strong>de</strong> caminho. [...] Por quê? Em vez <strong>de</strong> ir ao fundo, à raiz disto, para<br />

tentar resolver o problema, dá-se uma resposta superficial, volta-se à teoria<br />

do mercado, recorre-se novamente à lei do valor, e são reforçados os<br />

incentivos materiais. To<strong>da</strong> a organização do trabalho vai na direção do<br />

estímulo material [...]. Isto acontece por causa <strong>de</strong> uma carência teórica <strong>de</strong><br />

princípios e análises.<br />

Che Guevara chega a afirmar que todos os países socialistas ou em transição <strong>de</strong>veriam<br />

aproveitar a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>, mediante o trabalho (unindo-o ao estudo), ir forjando<br />

paulatinamente a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira consciência comunista, isto é, ―acostumar‖ os homens a<br />

conceberem a sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> como um <strong>de</strong>ver moral e não mais uma penosa obrigação. O<br />

estímulo moral, que apela à consciência e à soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>, tinha que ser o mecanismo que<br />

iniciaria essa transformação na conotação do trabalho. ―Acreditamos que, <strong>de</strong> certa maneira, se<br />

está <strong>de</strong>sperdiçando as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento que oferecem as novas relações <strong>de</strong>

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