Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...
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concebido conscientemente por eles mesmos. Conforme a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Guevara (1982i,<br />
p.195):<br />
131<br />
[...] po<strong>de</strong>mos, pois, dizer que a planificação centraliza<strong>da</strong> é o modo <strong>de</strong> ser <strong>da</strong><br />
socie<strong>da</strong><strong>de</strong> socialista, a categoria que a <strong>de</strong>fine e o ponto em que a consciência<br />
do homem consegue, enfim, sintetizar e dirigir a economia em direção à sua<br />
meta: a plena libertação do ser humano no quadro <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> comunista.<br />
Che ressaltou a dupla importância (econômica e política) que tem a planificação para<br />
uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> que procura assentar-se sobre o socialismo. Do ponto <strong>de</strong> vista econômico, com<br />
esse método passa-se a produzir <strong>de</strong> acordo com as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais prementes <strong>da</strong><br />
coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, além <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as etapas <strong>da</strong> produção e to<strong>da</strong>s as relações entre as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
produtoras passarem a ser quase que plenamente programa<strong>da</strong>s e previamente estipula<strong>da</strong>s –<br />
fazendo aparecer a ―mão visível‖ dos seres sociais conscientes. No que concerne a sua<br />
relevância política, a planificação po<strong>de</strong> propiciar um mecanismo mediante o qual os<br />
trabalhadores coman<strong>de</strong>m conscientemente a produção e a vi<strong>da</strong> sociais – estimulando,<br />
naturalmente, um tipo <strong>de</strong> comportamento mais ativo e solidário em relação às questões <strong>de</strong><br />
or<strong>de</strong>m coletiva. Conforme sumarizou Guevara (1982c, p.9): ―A planificação, entendi<strong>da</strong> no<br />
sentido marxista-leninista <strong>da</strong> palavra, tem um conteúdo econômico e político. É o sistema <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> socialista.‖<br />
Para Che, a transição rumo ao socialismo seria, necessariamente, um processo<br />
ambivalente: concomitantemente à construção <strong>da</strong> nova socie<strong>da</strong><strong>de</strong> – pauta<strong>da</strong> e basea<strong>da</strong> em um<br />
novo modo <strong>de</strong> produção e em novas relações sociais e <strong>de</strong> produção – <strong>de</strong>ver-se-ia lutar pela<br />
<strong>de</strong>struição do antigo sistema econômico e <strong>de</strong> suas respectivas categorias. Assim, buscava-se a<br />
todo o momento livrar-se <strong>da</strong>s mediações/categorias capitalistas, tais como o mercado e a<br />
mercadoria, sob pena <strong>de</strong> ver-se envolvido em um sistema que, a <strong>de</strong>speito dos<br />
<strong>de</strong>senvolvimentos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m material imediata que po<strong>de</strong>ria propiciar – <strong>de</strong>certo distribuídos <strong>de</strong><br />
forma <strong>de</strong>sigual –, seria ele o próprio capitalismo, apenas e tão-somente em fase diversa<br />
<strong>da</strong>quela anteriormente vivi<strong>da</strong> na ilha.<br />
Isto posto, sentenciou Che que caso as novas empresas (ou uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção)<br />
socializa<strong>da</strong>s pela Revolução <strong>de</strong> 1959 se baseassem naqueles antigos corolários e<br />
conseguissem <strong>de</strong>senvolver a sua tecnologia e estimular materialmente os seus operários, estas<br />
obteriam, logicamente, um faturamento maior (seu preço é menor, ven<strong>de</strong>rá mais) e passariam<br />
a concentrar, paulatinamente, a ren<strong>da</strong>. No entanto, as <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s (entre salários e<br />
resultados <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> produtora – fábrica) ressurgiriam e alimentariam a falência do