Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...
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nossos hábitos e nossas mentes...‖ (2004 d, p.248). Tal contexto beligerante propiciava um<br />
cenário on<strong>de</strong> se podia observar, entre os combatentes coman<strong>da</strong>dos por Fi<strong>de</strong>l Castro, uma<br />
mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> pensamento e <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> que rumavam em direção ao que seria teorizado<br />
ulteriormente por Che Guevara.<br />
Por agir <strong>de</strong> forma consciente, todos sabiam <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> sua ação individual para<br />
o sucesso <strong>da</strong>quela empresa coletiva. O voluntarismo, que motivava ca<strong>da</strong> um dos sol<strong>da</strong>dos a<br />
<strong>de</strong>sempenhar tarefas importantes e perigosas, era uma característica do homem novo que se<br />
apresentava nessa fase embrionária <strong>da</strong> Revolução <strong>de</strong> 1959. Che tentaria num futuro próximo<br />
<strong>de</strong>scobrir uma forma <strong>de</strong> disseminar essas atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vanguar<strong>da</strong> dos guerrilheiros, que<br />
expressavam uma nova moral, a todo o povo cubano. ―Uma <strong>da</strong>s nossas tarefas fun<strong>da</strong>mentais<br />
do ponto <strong>de</strong> vista i<strong>de</strong>ológico é a <strong>de</strong> encontrar a fórmula para perpetuar essa atitu<strong>de</strong> heróica na<br />
vi<strong>da</strong> cotidiana.‖ (GUEVARA, 2004d., 249)<br />
Este homem rebel<strong>de</strong> e consciente, que arriscava a vi<strong>da</strong> sem pedir na<strong>da</strong> em troca a não<br />
ser a libertação <strong>de</strong> seu povo e o bem-estar coletivo, <strong>de</strong>u as primeiras pistas à Guevara<br />
referentes ao tipo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> ser humano que resultaria (e já participaria <strong>da</strong> construção) <strong>da</strong> nova<br />
Cuba, segundo sua concepção revolucionária e <strong>de</strong>sejo. Assim afirmou Guevara (2004d, p.248-<br />
9): ―Essa foi a primeira época heróica, na qual se disputava para conseguir um cargo <strong>de</strong> maior<br />
responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, em que o perigo era maior sem outra satisfação que a do <strong>de</strong>ver<br />
cumprido.[...] Na atitu<strong>de</strong> dos nossos combatentes, visualizava-se o homem do futuro‖<br />
Uma vez vitoriosa a Revolução, Che queria encontrar uma forma <strong>de</strong> manter durante<br />
todo o tempo o espírito patriótico e <strong>de</strong> sacrifício que ficou notório entre a população tanto<br />
durante a escala<strong>da</strong> revolucionária <strong>da</strong> guerrilha rumo ao po<strong>de</strong>r quanto durante os momentos <strong>de</strong><br />
tensão <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ados por um iminente ataque ianque ain<strong>da</strong> nos primeiros anos <strong>de</strong> governo<br />
popular. Sob a ameaça real e próxima <strong>de</strong> invasão dos Estados Unidos, o povo mobilizou-se e<br />
se preparou <strong>de</strong> maneira exemplar para um conflito militar que po<strong>de</strong>ria trazer profun<strong>da</strong>s<br />
mazelas sociais e econômicas aos cubanos. De acordo com Che (2004a, p.233), o balanço<br />
<strong>de</strong>sses períodos foi muito positivo ―no que diz respeito à mobilização i<strong>de</strong>ológica e ao<br />
aprofun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> consciência <strong>da</strong>s massas.‖<br />
Assim como gostaria <strong>de</strong> espraiar a consciência encontra<strong>da</strong> nos guerrilheiros <strong>de</strong> Sierra<br />
Maestra entre o povo, Che igualmente objetivava tornar uma constante – através <strong>da</strong> educação,<br />
formação i<strong>de</strong>ológica e exemplo <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong> – o comportamento solidário e <strong>de</strong> entrega à<br />
gran<strong>de</strong> causa <strong>da</strong> soberania nacional que tiveram os trabalhadores e trabalhadoras <strong>de</strong> Cuba na<br />
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