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Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

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conseguiremos avançar as coisas se não for com o exemplo do presente.<br />

(GUEVARA, 1982h, p.71)<br />

Segundo Ricardo Rojo, amigo pessoal <strong>de</strong> Che durante a sua juventu<strong>de</strong>, o<br />

revolucionário argentino-cubano sempre cobrou muito <strong>de</strong> todos ao seu redor e,<br />

principalmente, <strong>de</strong>le mesmo, pois se via como um parâmetro para os <strong>de</strong>mais cubanos.<br />

Buscava, portanto, sempre agir <strong>de</strong> acordo com a ética socialista que propugnava. Se cobrava<br />

sacrifícios imensos e maior <strong>de</strong>dicação à causa revolucionária dos trabalhadores <strong>de</strong> Cuba,<br />

também assim o fazia consigo próprio. Rojo (1968, p. 109), assim sintetizou o<br />

comportamento <strong>de</strong> Che: ―Guevara punha em funcionamento to<strong>da</strong> sua imaginação e energia<br />

para resolver a constelação <strong>de</strong> problemas que era o complexo industrial <strong>de</strong> Cuba. Era <strong>de</strong><br />

implacável exigência com todos e todos o aceitavam sem protesto, porque ele era igualmente<br />

exigente consigo mesmo.‖ 57<br />

Fi<strong>de</strong>l, igualmente, afirma que Che Guevara <strong>de</strong>monstrava pouca auto-indulgência e<br />

quase nenhuma con<strong>de</strong>scendência com ele próprio – sempre muito rigoroso e exigente nas<br />

críticas que fazia aos seus companheiros e também na sua autocrítica. Era seu hábito pensar<br />

criticamente em relação a qualquer coisa, <strong>de</strong>monstrando gran<strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> refletir<br />

continuamente sobre os problemas <strong>de</strong> Cuba e do mundo. Segundo Fi<strong>de</strong>l, Che ―era muito<br />

exigente com ele. Às vezes, se cometia o menor <strong>de</strong>slize, já se criticava, não fazia outra coisa<br />

além <strong>de</strong> críticas, se autocriticava o tempo todo. Mas era muito honesto e muito respeitador.‖<br />

(RAMONET, 2006, p. 275)<br />

Desse modo, somente sendo exemplos <strong>de</strong> conduta e mantendo plena coerência entre o<br />

que professavam e o que faziam, os dirigentes revolucionários po<strong>de</strong>riam cobrar uma<br />

<strong>de</strong>dicação maior por parte <strong>de</strong> todos os trabalhadores <strong>da</strong> ilha. Tinham que inspirar e<br />

conscientizar não só com palavras, mas, principalmente, com atos. Segundo Che (<strong>de</strong>stacado e<br />

premiado trabalhador voluntário), a participação intensa nesse trabalho adicional sem<br />

remuneração e o recebimento do diploma que premiava essa atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> vanguar<strong>da</strong><br />

é simplesmente a <strong>de</strong>monstração necessária <strong>de</strong> que nós – que falamos<br />

constantemente <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> imperiosa <strong>de</strong> criar uma nova consciência<br />

para <strong>de</strong>senvolver o país e para que se possa <strong>de</strong>fendê-lo frente às enormes<br />

57 Fi<strong>de</strong>l, em entrevista a Ignacio Ramonet, afirmou que Che era exemplo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os tempos <strong>da</strong> guerrilha em Sierra<br />

Maestra, quando este era coman<strong>da</strong>nte <strong>de</strong> uma coluna. ―Ele era um exemplo, tinha muito moral e ascendência<br />

sobre a tropa. Para mim, era um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> revolucionário.‖ (RAMONET, 2006, p. 179) E continuou sendo<br />

enquanto Ministro <strong>da</strong>s Indústrias, conforme atestou o lí<strong>de</strong>r máximo <strong>da</strong> Revolução Cubana: ―Que trabalho fez<br />

Che, excelente! Que disciplina, que vocação, que estudioso, que abnegado, que exemplar, que austero! Qualquer<br />

tarefa que lhe déssemos, ele se entregava por inteiro‖ (RAMONET, 2006, p.239)<br />

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