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Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

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o emprego <strong>de</strong> uma categoria tão tipicamente capitalista para a construção <strong>da</strong> nova socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

comunista; isto porque o estímulo material não existirá no comunismo, on<strong>de</strong>, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, nem<br />

haverá necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> do mesmo. Conscientes, os seres humanos (seres sociais na etapa mais<br />

avança<strong>da</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento histórico <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong>) entregar-se-iam ao trabalho (<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

sua fase preparatória até o momento executivo do mesmo) não como se este fosse uma<br />

obrigação penosa, mas como um <strong>de</strong>ver que ca<strong>da</strong> homem e mulher têm individualmente na<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> para com a coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> que sabi<strong>da</strong>mente pertencem. Teriam ciência que, tão-<br />

somente mediante aquela ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva, a reprodução social <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> todos se faz<br />

verossímil e possível – afinal, é o trabalho (entre outros atributos que possui) que cria as<br />

condições materiais mínimas <strong>de</strong> sobrevivência dos seres humanos. Finalmente, na socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

comunista, a ganância e a ambição mesquinha per<strong>de</strong>riam peremptoriamente terreno para o<br />

<strong>de</strong>ver moral que todos procurariam cumprir, pois neste contexto tornar-se-ia possível a dupla<br />

realização dos seres sociais: enquanto seres efetivamente gregários – produzindo para a<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> que fazem parte conscientemente – e enquanto seres individuais que se realizam<br />

e se materializam através do seu trabalho criador. De acordo com a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Guevara<br />

(2004f, p.240):<br />

124<br />

O estímulo material é o resquício do passado com o qual se <strong>de</strong>ve contar, mas<br />

cuja importância <strong>de</strong>ve diminuir na consciência <strong>da</strong>s pessoas à medi<strong>da</strong> que o<br />

processo avança. Um <strong>de</strong>ve estar em nítido processo <strong>de</strong> ascensão, enquanto o<br />

outro <strong>de</strong>ve estar em nítido processo <strong>de</strong> extinção. O estímulo material não<br />

fará parte <strong>da</strong> nova socie<strong>da</strong><strong>de</strong> que se está criando, <strong>de</strong>verá se extinguir pelo<br />

caminho, e se <strong>de</strong>vem preparar as condições para que este tipo <strong>de</strong> mobilização<br />

efetiva hoje perca ca<strong>da</strong> vez mais sua importância em favor do estímulo<br />

moral, do sentido do <strong>de</strong>ver e <strong>da</strong> nova consciência revolucionária.<br />

Mesmo tentando diminuir ao máximo a sua incidência e participação efetiva no<br />

processo revolucionário, Che nunca ignorou a presença, ain<strong>da</strong> ativa, dos estímulos materiais<br />

na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> cubana <strong>de</strong> transição. Conforme sentenciou: ―Acreditamos que nunca se po<strong>de</strong><br />

esquecer a sua existência, seja como expressão coletiva dos <strong>de</strong>sejos <strong>da</strong>s massas, seja como<br />

presença individual, reflexo dos hábitos <strong>da</strong> velha socie<strong>da</strong><strong>de</strong> na consciência dos trabalhadores.‖<br />

(GUEVARA, 1982i, p.190)

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