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Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

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tecnológico e no aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, Che formulou um pensamento que afirmava que<br />

mais importante do que <strong>de</strong>senvolver-se industrialmente (fornecendo a contento os bens <strong>de</strong><br />

consumo necessários à população do país), era construir uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira revolução socialista-<br />

comunista que possibilitasse, antes <strong>de</strong> qualquer coisa, o advento <strong>de</strong> uma nova civilização e <strong>de</strong><br />

um homem novo. Essa concepção, <strong>de</strong> fato, tornou-se o gran<strong>de</strong> leitmotiv <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a teoria<br />

guevarista <strong>da</strong> revolução e <strong>da</strong> transição socialistas.<br />

Diferente do que observou na URSS, Che queria erigir uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em que os<br />

trabalhadores tivessem plena consciência do que estavam fazendo e que, por isso mesmo, não<br />

necessitariam <strong>de</strong> estímulos materiais que os incitassem a quaisquer atitu<strong>de</strong>s revolucionárias.<br />

Segundo Guevara, o entendimento <strong>da</strong> importância <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> tarefa e a ampliação<br />

<strong>da</strong> consciência via educação e exemplo <strong>da</strong> vanguar<strong>da</strong>, seriam fatores suficientes para que<br />

homens e mulheres sentissem a Revolução e se <strong>de</strong>dicassem a ela pelo <strong>de</strong>ver moral que<br />

compreendia.<br />

Portanto, o homem novo <strong>de</strong>veria pavimentar o caminho rumo à socie<strong>da</strong><strong>de</strong> socialista <strong>de</strong><br />

maneira consciente e sabendo on<strong>de</strong> queria chegar. Um ―novo homem‖ era imprescindível para<br />

a Revolução, <strong>de</strong> acordo com Che, porque somente seres humanos <strong>de</strong>sprovidos do ranço do<br />

individualismo típico <strong>da</strong> civilização capitalista po<strong>de</strong>riam construir uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira nova<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. A introjeção <strong>de</strong> uma nova moral solidária (em contraposição a anterior) e a<br />

aquisição <strong>de</strong> uma nova perspectiva (coletivista e gregária ao invés <strong>de</strong> parcial e aliena<strong>da</strong>)<br />

seriam, igualmente, fatores fun<strong>da</strong>mentais para tornar factível a existência <strong>de</strong>sse novo tipo <strong>de</strong><br />

ser humano incumbido <strong>da</strong> construção do socialismo em Cuba.<br />

No intuito <strong>de</strong> investigar <strong>de</strong> maneira pormenoriza<strong>da</strong> esse conceito do homem novo<br />

guevarista, surgiu naturalmente a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisar a sua origem e inspiração teórica<br />

marxiana, fato que provocou o estabelecimento <strong>de</strong> nexos entre essa teoria <strong>de</strong> Che e o conceito<br />

<strong>de</strong> ser social do comunismo tratado por Karl Marx nos seus escritos <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong>. Em seu<br />

item introdutório, o primeiro capítulo <strong>da</strong> presente pesquisa abor<strong>da</strong> essa conceituação marxiana<br />

a partir <strong>de</strong> dois livros do pensador alemão, a saber, Manuscritos Econômico-Filosóficos <strong>de</strong><br />

1844 e A I<strong>de</strong>ologia Alemã (escrita em parceria com F. Engels). 12 Ambos foram escolhidos<br />

porque neles se encontram sínteses fun<strong>da</strong>mentais relaciona<strong>da</strong>s a dois conceitos muito caros a<br />

Marx e essenciais à nossa pesquisa, a saber, trabalho alienado (no primeiro) e materialismo<br />

histórico-dialético (enquanto metodologia por nós adota<strong>da</strong>, no seguinte).<br />

12 Formações Econômicas Pré-Capitalistas <strong>de</strong> Karl Marx não faz parte <strong>da</strong> produção marxiana <strong>da</strong> juventu<strong>de</strong> mas<br />

também é um <strong>da</strong>s principais referências por nós utiliza<strong>da</strong> no primeiro capítulo.<br />

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