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Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

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‗experimento <strong>de</strong> laboratório‘ e o mínimo que se po<strong>de</strong> dizer é que, em um período rico <strong>de</strong><br />

história, pensamento e ação interagiam <strong>de</strong> maneira extremamente criadora...‖ (1979, p.146)<br />

Portanto, se Che Guevara e Fi<strong>de</strong>l Castro não conseguiram realizar a árdua tarefa <strong>de</strong><br />

li<strong>de</strong>rar a transição <strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> capitalista miserável ao comunismo e criar o homem<br />

novo – <strong>de</strong>vido às limitações teóricas e graças às condições materiais encontra<strong>da</strong>s –, ambos<br />

contribuíram e foram fun<strong>da</strong>mentais, ao menos, para propiciar uma vi<strong>da</strong> mais digna material,<br />

cultural e espiritual a todo o povo cubano – além <strong>de</strong> terem feito <strong>de</strong>sta pequena ilha um gran<strong>de</strong><br />

referencial <strong>de</strong> esperança para todos os povos oprimidos do planeta. Cumpriram as tarefas <strong>de</strong><br />

uma revolução patriótica e nacional que a sua burguesia – entreguista e parasitária – nunca se<br />

permitiu realizar 86 . Conforme Florestan Fernan<strong>de</strong>s (1979, p.145 e p. 222-3): ―esperou-se <strong>de</strong>les<br />

[Fi<strong>de</strong>l e Che] o que não po<strong>de</strong>riam fazer em Cuba e, <strong>da</strong> revolução cubana, o que ela não<br />

po<strong>de</strong>ria ser. [...] é possível acompanhar-se, pelas críticas sinceras e explosivas <strong>de</strong> Fi<strong>de</strong>l Castro,<br />

o grau <strong>de</strong> limitação teórica dos dirigentes [...] e também dos quadros.‖<br />

A análise <strong>da</strong>s afirmações, e praticamente <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a obra teórica <strong>de</strong> Che, também <strong>de</strong>ve<br />

levar em consi<strong>de</strong>ração que gran<strong>de</strong> parte dos seus textos, aqui estu<strong>da</strong>dos e com seus trechos<br />

expostos, são oriundos <strong>de</strong> discursos, proferidos aos trabalhadores e ao povo <strong>de</strong> Cuba ao longo<br />

<strong>de</strong> sua jorna<strong>da</strong> como um dos lí<strong>de</strong>res <strong>da</strong> Revolução inicia<strong>da</strong> em 1959. Daí que, obviamente,<br />

to<strong>da</strong>s as suas idéias – por não terem encontrado, justamente, o formato imposto por um rigor<br />

metodológico e científico encontrados nas gran<strong>de</strong>s teorizações – sofrem prejuízo na sua<br />

interpretação e <strong>de</strong>vem, consequentemente, limitar o alcance <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s críticas que<br />

possam ser a elas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s.<br />

Não obstante as lacunas e vazios teóricos apontados mo<strong>de</strong>stamente neste trabalho,<br />

cabe aqui reiterar a importância e o peso histórico <strong>da</strong> figura <strong>de</strong> Ernesto Che Guevara.<br />

Revolucionário conseqüente com uma ética humanista e solidária, Che ajudou a construir um<br />

dos principais capítulos <strong>da</strong> história <strong>da</strong> América Latina. A sua <strong>de</strong>dicação a causas tão nobres,<br />

sua disposição <strong>de</strong> entregar-se totalmente a elas e a coerência entre o seu modo <strong>de</strong> pensar e agir<br />

fizeram <strong>de</strong>le um exemplo <strong>de</strong> caráter e <strong>de</strong> homem a ser seguido. Fi<strong>de</strong>l assim sintetizou o<br />

revolucionário indispensável que foi Guevara:<br />

146<br />

Um homem <strong>de</strong> pudor, <strong>de</strong> uma digni<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> uma integri<strong>da</strong><strong>de</strong> enormes, isso<br />

é o que era Che e que o mundo admira. Um homem inteligente, um<br />

visionário. E Che não morreu <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo outro interesse ou outra causa<br />

86 ―[...] tiveram que criar as bases materiais para a produção mecaniza<strong>da</strong> mo<strong>de</strong>rna, resolver as tarefas históricas<br />

não realiza<strong>da</strong>s pelas burguesias nativas.‖ (LIMA FILHO, 1997, mimeo)

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