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Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

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empresas socialistas que é o mesmo que estimula a concorrência e a rivali<strong>da</strong><strong>de</strong> no capitalismo,<br />

aumentando a riqueza do burguês e alienando, mediante a busca <strong>de</strong> soluções individuais, ca<strong>da</strong><br />

vez mais o trabalhador. Che asseverou:<br />

122<br />

No sistema <strong>de</strong> autogestão a medi<strong>da</strong> do valor do homem é o que ele produz,<br />

coisa que o capitalismo já realiza perfeitamente. Quero dizer que se aqui<br />

temos <strong>de</strong>feitos e os queremos corrigir, não os corrigiremos com o método <strong>de</strong><br />

compensar mais ou menos um trabalhador. Não chegaremos a na<strong>da</strong>.<br />

(GUEVARA, 1982h, p.68)<br />

A diferença entre os dois sistemas <strong>de</strong> administração <strong>da</strong> produção (Sistema<br />

Orçamentário <strong>de</strong> Financiamento e Cálculo Econômico) 70 fica igualmente evi<strong>de</strong>nte ao se<br />

cotejar o significado do estímulo material para as duas vertentes <strong>de</strong> pensamento. Segundo Che<br />

e os partidários do SOF, esse tipo <strong>de</strong> estímulo (material) atrasaria a expansão <strong>de</strong> uma<br />

consciência solidária comunista – haja vista a continui<strong>da</strong><strong>de</strong>, com a aplicação do mesmo, <strong>da</strong><br />

busca <strong>de</strong> soluções individualistas para quaisquer tipos <strong>de</strong> problemas que surjam na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Assim, com a sua incidência rotineira não se conseguiria romper com a lógica <strong>da</strong> perseguição<br />

<strong>da</strong> locupletação individual tão característica do capitalismo. Os seres humanos não estariam<br />

aptos a enxergarem-se como seres gregários pertencentes a uma mesma coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> – a<br />

concorrência obnubilaria o sentimento <strong>de</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> e fraterni<strong>da</strong><strong>de</strong> potencial presente entre<br />

eles.<br />

[...] para os partidários <strong>da</strong> auto-gestão financeira, o estímulo material direto,<br />

projetado no futuro e acompanhando a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> nas diversas etapas <strong>da</strong><br />

construção do comunismo, não se contrapõe ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong><br />

consciência, mas para nós sim. É por isso que lutamos contra seu<br />

predomínio, pois significaria o atraso do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> moral<br />

socialista. (GUEVARA, 1982i, p.190)<br />

A preocupação com a prevalência dos estímulos morais sobre os estímulos materiais<br />

foi recorrente para Che, cujo pensamento estabelecia que, à medi<strong>da</strong> que a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e a<br />

consciência dos trabalhadores fossem se <strong>de</strong>senvolvendo, estes estímulos (em prol <strong>da</strong>queles<br />

primeiros) <strong>de</strong>veriam ser, em to<strong>da</strong>s as suas formas e apresentações, paulatinamente extintos.<br />

conformaria uma única empresa consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>. À guisa <strong>de</strong> exemplo po<strong>de</strong>mos citar o caso do açúcar em Cuba:<br />

to<strong>da</strong>s as centrais açucareiras e outras relaciona<strong>da</strong>s ao produto açúcar constituíam a Empresa Consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> do<br />

Açúcar. Para maior <strong>de</strong>talhamento <strong>de</strong> tais diferenças ver GUEVARA, Ernesto Che. O Sistema Orçamentário <strong>de</strong><br />

Financiamento. In: Textos Econômicos para a Transformação do Socialismo. 1ª ed. SP: Edições Populares,<br />

1982.<br />

70 Ver nota anterior que sumariza a diferença entre os dois sistemas.

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