17.04.2013 Views

Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

Newton Ferreira da Silva MARÍLIA 2011 - Faculdade de Filosofia e ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O produto do trabalho, na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> produtora <strong>de</strong> mercadorias, tem uma existência<br />

exterior e autônoma em relação ao seu produtor. Por não ter concebido o produto nem ter<br />

arbitrado sobre a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produzi-lo ou não, o trabalhador jamais consegue<br />

i<strong>de</strong>ntificar-se com o resultado <strong>da</strong> sua própria ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, muito menos controlar a<br />

in<strong>de</strong>pendência adquiri<strong>da</strong> por esse objeto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua feitura até a sua expropriação. Todo o<br />

produto <strong>de</strong> seu esforço e labor lhe é tomado e alienado por um po<strong>de</strong>r estranho – que <strong>de</strong>tém a<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos meios <strong>de</strong> produção sobre os quais emprega a sua força <strong>de</strong> trabalho – e que<br />

compõe a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> à sua revelia e sem a sua participação consciente. De acordo com Marx:<br />

Ain<strong>da</strong>:<br />

[...] com respeito ao operário, o qual se apropria <strong>da</strong> natureza pelo trabalho, a<br />

apropriação aparece como alienação, a auto-ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> como ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> para<br />

um outro e como ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um outro, a vitali<strong>da</strong><strong>de</strong> como sacrifício <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>,<br />

a produção do objeto como per<strong>da</strong> do objeto para um po<strong>de</strong>r estranho, para um<br />

homem estranho [...].(1994, p.73, grifos do autor) 35<br />

O po<strong>de</strong>r social, isto é, a força produtiva multiplica<strong>da</strong> que nasce <strong>da</strong><br />

cooperação <strong>de</strong> vários indivíduos exigi<strong>da</strong> pela divisão do trabalho, aparece a<br />

estes indivíduos [...] não como seu próprio po<strong>de</strong>r unificado, mas como uma<br />

força estranha situa<strong>da</strong> fora <strong>de</strong>les, cuja origem e cujo <strong>de</strong>stino ignoram, que<br />

não po<strong>de</strong>m mais dominar e que, pelo contrário, percorre agora uma série<br />

particular <strong>de</strong> fases e <strong>de</strong> estágios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do querer<br />

e do agir dos homens e que, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, dirige este querer e agir. (MARX &<br />

ENGELS, 1987, p.49-50)<br />

Uma vez que o produto do seu trabalho não pertence ao operário – mas sim ao<br />

capitalista – o sentido <strong>da</strong> sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> também não, o que configura à mesma um caráter <strong>de</strong><br />

estranhamento e exteriori<strong>da</strong><strong>de</strong> e, por isso, antes o operário se nega do que se afirma na<br />

execução <strong>de</strong> suas tarefas. Tarefas essas que, consequentemente, só trarão infelici<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

mortificação física do proletário e ruína <strong>de</strong> seu espírito. Nessa forma <strong>de</strong> organização social,<br />

cujo corolário é a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> particular, o homem torna-se vítima <strong>da</strong> sua própria ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> –<br />

que não é mais <strong>de</strong> auto-realização e sim <strong>de</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> sua essência, à medi<strong>da</strong> que ele<br />

diversos homens – não carrega a essência dos mesmos e conseqüentemente não possibilita uma i<strong>de</strong>ntificação<br />

entre o binômio ativo sujeito-objeto.‖ (SILVA, <strong>Newton</strong> F., op. cit., p.26)<br />

35 ―[...] com respeito ao trabalhador que se apropria <strong>da</strong> natureza através do trabalho a apropriação aparece como<br />

estranhamento, a auto-ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> como ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> para um outro e como ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um outro, a vitali<strong>da</strong><strong>de</strong> como<br />

sacrifício <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, a produção do objeto como per<strong>da</strong> do objeto para um po<strong>de</strong>r estranho, para um homem<br />

estranho...‖ (MARX, 2004, p.90, grifos do autor)<br />

39

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!