A educação contextualizada como instrumento de inclusão ... - Unicid
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CAPITULO 1<br />
APRESENTAÇÃO: MEMORIAL DE FORMAÇÃO<br />
As primeiras impressões da escola<br />
Minha relação com a escola começou quando eu tinha sete anos. Fui<br />
matriculado por meus pais em uma escola pública no bairro on<strong>de</strong> morava na zona<br />
oeste <strong>de</strong> São Paulo. Uma EMPG, atualmente <strong>de</strong> ensino fundamental (EMEF) que<br />
leva o nome do general Eucly<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Oliveira Figueiredo, pai do presi<strong>de</strong>nte do Brasil<br />
na época, o também general João Batista <strong>de</strong> Oliveira Figueiredo. A escola tinha um<br />
regime bastante rígido, comparando-se com os projetos escolares comuns nos dias<br />
<strong>de</strong> hoje. Talvez por influência das ativida<strong>de</strong>s do patrono, havia diariamente, no pátio<br />
da escola, o hasteamento da ban<strong>de</strong>ira do Brasil, ao som do Hino Nacional. Os<br />
grupos se formavam em filas emparelhadas, conforme a série e o número <strong>de</strong><br />
chamada. Todos os alunos <strong>de</strong>veriam estar sempre com o uniforme completo: calça<br />
<strong>de</strong> tergal azul e camisa branca <strong>de</strong> manga curta. Na camisa, havia um bolso que era<br />
vendido separadamente e que exibia a estampa do brasão da escola. Como a<br />
escola ficava perto <strong>de</strong> casa, eu ia caminhando e, eventualmente, chegava atrasado.<br />
Quando isso acontecia, a professora fazia sinal para que eu ficasse atrás das<br />
fileiras, para não atrapalhar a cerimônia. Meu nome era iniciado com letra “A”; eu<br />
cursava a primeira série, por isso meu lugar seria no início <strong>de</strong> uma das primeiras<br />
filas. Após o término da cerimônia, eu ouvia da professora uma pequena advertência<br />
verbal e subia normalmente para a sala <strong>de</strong> aula.<br />
Meus pais consi<strong>de</strong>ravam a escola uma garantia para o meu futuro. Meu pai<br />
um operário da indústria, projetista <strong>de</strong> máquinas, e consi<strong>de</strong>rava que a escola era<br />
importante e que, com estudos e uma formação profissional, eu não seria um “peão”<br />
<strong>de</strong> “chão <strong>de</strong> fábrica”. Ele fizera o ensino fundamental com alguns percalços <strong>de</strong><br />
indisciplina, sempre acusado por meus avós, <strong>de</strong> ter sido um filho que <strong>de</strong>u muito<br />
trabalho. Quando ele se refere à escola que cursou, o discurso é recheado <strong>de</strong><br />
críticas, inconformado com o excesso <strong>de</strong> regras e professores <strong>de</strong>spreparados em<br />
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