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A educação contextualizada como instrumento de inclusão ... - Unicid

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conhecimento e didática. Quando foi cursar o ensino profissionalizante no SENAI<br />

começou a se <strong>de</strong>stacar <strong>como</strong> um dos melhores da escola; tal a serieda<strong>de</strong> com que<br />

ele encarou os estudos. Por volta dos anos 1990, me presenteou com livros e<br />

apostilas do curso que fizera na escola SENAI em 1961. Depois se formou em<br />

técnico profissionalizante em elétrica e fez vários cursos <strong>de</strong> informática e<br />

computação ainda no final dos anos 1970 e início <strong>de</strong> 1980.<br />

Minha mãe cursou o clássico; o atual Ensino Médio, voltado à área <strong>de</strong><br />

humanida<strong>de</strong>s. Ela sempre se <strong>de</strong>stacava na área <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong>s e literatura,<br />

conquistando até o tradicional prêmio Rui Barbosa <strong>de</strong> literatura em Salvador. Era<br />

técnico judiciário, funcionária pública do TRT, conhecia bem as leis trabalhistas,<br />

dizia sempre que sem estudo eu não conseguiria arranjar emprego no futuro, me<br />

cobrava no mínimo concluir a oitava série, que hoje equivale ao ensino fundamental,<br />

pois sem isso os empregadores me julgariam <strong>como</strong> analfabeto. Como não possuíam<br />

proprieda<strong>de</strong>s, empresa ou comércio, os meus pais estavam preocupados com o<br />

meu futuro; o que podiam <strong>de</strong>ixar estaria em mim. Como diz minha mãe “estudo nem<br />

Deus tira”.<br />

Não fui muito diferente <strong>de</strong> meu pai nas séries iniciais. Gostava <strong>de</strong> falar muito<br />

e tinha muitos amigos e, <strong>como</strong> a maioria dos colegas <strong>de</strong> classe, eu gostava mais<br />

das aulas <strong>de</strong> Educação Física, nas quais jogava bola e competia em diversas<br />

modalida<strong>de</strong>s do atletismo. Eu estava sempre entre os primeiros na corrida pe<strong>de</strong>stre<br />

e sempre esperava ansioso pelas aulas na quadra do fundo da escola, mesmo<br />

quando fazia uma chuvinha fina eu não faltava: tinha esperança <strong>de</strong> que a aula não<br />

fosse cancelada.<br />

Dentro da sala <strong>de</strong> aula, a imagem que eu tinha <strong>de</strong> escola já era diferente:<br />

com meus amigos sempre estávamos fazendo brinca<strong>de</strong>iras, infringindo o sistema,<br />

ao ir para sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> camiseta, com outro tipo <strong>de</strong> calça ou calçando tênis. Isso<br />

era <strong>como</strong> uma relação <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> força, quanto mais eu infringia, mais<br />

in<strong>como</strong>dava, mais sofria advertências, mais eu infringia o que bastava para ser<br />

referência <strong>de</strong> indisciplina, isso foi se acumulando no prontuário e em reuniões.<br />

Na primeira semana <strong>de</strong> aulas, publicavam-se, no pátio da escola, as listas<br />

com os nomes <strong>de</strong> todos os alunos e as séries das quais fariam parte naquele ano.<br />

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