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A educação contextualizada como instrumento de inclusão ... - Unicid

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facilitador para os jovens ficarem mais à vonta<strong>de</strong> em seu bairro, perpetuando uma<br />

situação <strong>de</strong> abandono, às vezes, chamada <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>. Segundo Sen (2000):<br />

Os papeis instrumentais da liberda<strong>de</strong> incluem vários componentes distintos,<br />

porém inter-relacionados, <strong>como</strong> facilida<strong>de</strong>s econômicas, liberda<strong>de</strong>s<br />

políticas, oportunida<strong>de</strong>s sociais, garantias <strong>de</strong> transparências e segurança<br />

protetora. Esses direitos, oportunida<strong>de</strong>s e intitulamentos instrumentais<br />

possuem fortes enca<strong>de</strong>amentos entre si, que po<strong>de</strong>m se dar em diferentes<br />

direções. O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento é crucialmente influenciado por<br />

essas inter-relações. (SEN, 2000: p.71).<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento dos jovens na comunida<strong>de</strong> São Remo possui uma<br />

liberda<strong>de</strong> distinta da liberda<strong>de</strong> das pessoas que não moram na São Remo, isso<br />

influencia diretamente a formação <strong>de</strong>les e os conceitos <strong>de</strong> relações dos valores<br />

sociais. Quando é conveniente para o estado intervir, ele o faz, quando não, basta<br />

se ausentar e a comunida<strong>de</strong> cuida <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver. Se o estado não fizer uma<br />

intervenção, não será a organização dos moradores locais que a fará. Dowbor<br />

(2008) afirma que somos educados a acreditar que a organização <strong>de</strong> nosso<br />

cotidiano ocorre por uma esfera superior, o Estado.<br />

Os moradores da comunida<strong>de</strong> São Remo sofrem com o estigma <strong>de</strong> compor a<br />

maior comunida<strong>de</strong> do bairro <strong>de</strong> Bonfiglioli, on<strong>de</strong> há moradores <strong>de</strong> classe média a<br />

media baixa. Eles sentem seu bairro <strong>de</strong>svalorizado pela presença <strong>de</strong> favelas<br />

urbanizadas que trazem consigo drogas e criminalida<strong>de</strong>. Em algumas situações em<br />

sala <strong>de</strong> aula, na escola SENAI, on<strong>de</strong> há alunos bolsistas, moradores <strong>de</strong><br />

comunida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> favelas da região e também durante a convivência com os<br />

moradores da comunida<strong>de</strong> São Remo, po<strong>de</strong>-se notar que há duas situações<br />

distintas <strong>de</strong> conduta: quando se está fora da comunida<strong>de</strong> e na presença <strong>de</strong> outras<br />

pessoas. Se no caso, o interlocutor for uma pessoa <strong>de</strong> classe média e o assunto é<br />

referente à moradia ou bairro on<strong>de</strong> vive, o jovem morador da comunida<strong>de</strong> conduz o<br />

diálogo, omitindo quaisquer referências ao local on<strong>de</strong> mora, ou se no caso, a pessoa<br />

for alguém com maior proximida<strong>de</strong> o assunto constantemente é <strong>de</strong>sviado e nunca é<br />

possível se aprofundar no tema. Porém, se o interlocutor for morador <strong>de</strong> outra<br />

comunida<strong>de</strong>, o tema se <strong>de</strong>senvolve sem obstáculos e, sobretudo é tratado com<br />

orgulho pelos jovens, <strong>como</strong> uma situação <strong>de</strong> superiorida<strong>de</strong> e coragem. A situação<br />

apresentada por Almeida (2003) <strong>de</strong>screve esta situação:<br />

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