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A educação contextualizada como instrumento de inclusão ... - Unicid

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passado, se eu estava <strong>de</strong> novo ali não era para apren<strong>de</strong>r o que ficou faltando no ano<br />

passado e, sim, <strong>como</strong> forma <strong>de</strong> castigo por não atingir a nota mínima e separar-me<br />

do ambiente em que estava. A essa altura, a sensação que eu tinha era <strong>de</strong> que eu<br />

estava para trás e isso era real, <strong>de</strong>finitivamente, já não entendia para que serviria a<br />

escola ou quando precisaria dos conhecimentos e o tempo já não era meu amigo. A<br />

família por parte <strong>de</strong> pai é bem gran<strong>de</strong> e eu já era lembrado por minhas tias <strong>como</strong><br />

“caso perdido”. Como já não havia graça em fazer tantas brinca<strong>de</strong>iras na sala <strong>de</strong><br />

aula, armei outra estratégia: caminhava bem <strong>de</strong>vagar no percurso para a escola,<br />

com o intuito <strong>de</strong> chegar atrasado e ser impedido <strong>de</strong> entrar. Ficava do lado <strong>de</strong> fora<br />

fazendo nada, às vezes pulava o muro <strong>de</strong> trás e ficava na quadra da escola, a essa<br />

altura, <strong>de</strong>scobri que não era o único, havia outros <strong>de</strong> diversas séries, com quem fiz<br />

novas amiza<strong>de</strong>s. Mesmo com o risco <strong>de</strong> ser reprovado por faltas, conseguia fazer o<br />

mínimo <strong>de</strong> tarefas e trabalhos, apenas o suficiente para ser aprovado. Continuei<br />

assim, até chegar à sexta série, na qual o estudo <strong>de</strong>ficiente promoveu<br />

consequências e as reprovações começaram a ser <strong>de</strong>vido às notas.<br />

Havia um professor <strong>de</strong> Matemática que tinha barba, os estudantes<br />

chamavam-no “barbicha”; esse apelido já era conhecido por todos os alunos da<br />

escola, embora ninguém soubesse dizer quem o havia criado, Em um dia comum,<br />

eu estava na sala <strong>de</strong> aula, quando fui convocado pelo inspetor <strong>de</strong> alunos a<br />

acompanhá-lo até a sala dos professores, chegando lá, estava o professor <strong>de</strong><br />

Matemática me aguardando com uma expressão <strong>de</strong> braveza no rosto. O que ele<br />

queria <strong>de</strong> mim era que eu assumisse, perante a direção da escola, a autoria e<br />

propagação do apelido que fora atribuído a ele ou que, pelo menos, eu dissesse<br />

quem era o responsável pelo apelido. Fiquei naquela condição até soar a<br />

campainha, anunciando o intervalo. Fui liberado com um “po<strong>de</strong> ir”. Ficou a<br />

impressão <strong>de</strong> que aquele assunto não ficaria por ali.<br />

Aquela situação me <strong>de</strong>ixou indignado, eu fui escolhido <strong>de</strong>ntre vários alunos<br />

indisciplinados que havia na escola para assumir a autoria do apelido ou <strong>de</strong>latar um<br />

autor. Na sequência <strong>de</strong>sse acontecimento, lembro-me <strong>de</strong> que uma professora<br />

sugeriu à turma que fizesse uma redação cujo tema abordava nossos <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> ter<br />

uma escola melhor. Foi naquela redação que encontrei uma válvula <strong>de</strong> escape para<br />

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