A educação contextualizada como instrumento de inclusão ... - Unicid
A educação contextualizada como instrumento de inclusão ... - Unicid
A educação contextualizada como instrumento de inclusão ... - Unicid
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>de</strong> educador e infringindo a lei <strong>de</strong> proteção à criança e ao adolescente<br />
(ALMEIDA, 2005: p.67).<br />
Além <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar que, mesmo quando <strong>de</strong>seja voltar, o aluno encontra<br />
dificulda<strong>de</strong>, o trecho acima mostra também que, na escola, encontram-se pessoas<br />
compreensivas, que não esqueceram o seu tempo <strong>de</strong> aluno e que até tentam ajudar.<br />
Lembro-me <strong>de</strong> quando cursava o segundo ano do ensino fundamental, havia<br />
uma professora chamada Vera, que lecionava Matemática, era uma professora bem<br />
tranquila e <strong>de</strong>monstrava sempre confiança nos seus alunos. A maior referência <strong>de</strong>la<br />
era que ela costumava conferir “<strong>de</strong> carteira em carteira” os exercícios da sala toda. A<br />
professora Vera ficou marcada na minha memória, no momento <strong>de</strong> uma correção <strong>de</strong><br />
tarefas. Tratava-se <strong>de</strong> uma lista <strong>de</strong> exercícios <strong>de</strong> Matemática, que, em sala <strong>de</strong> aula,<br />
eu resolvi com facilida<strong>de</strong>, mas em casa, eu já não me recordava <strong>como</strong> era a<br />
resolução. Nas últimas páginas do livro <strong>de</strong> Matemática havia todas as respostas dos<br />
exercícios propostos, porém havia somente as respostas. No <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> utilizar<br />
aquela facilida<strong>de</strong> para resolver o meu problema no momento, eu “inventei” um<br />
<strong>de</strong>senvolvimento das questões com um conjunto <strong>de</strong> números em cima <strong>de</strong> números,<br />
ligados por sinais <strong>de</strong> soma, subtração, multiplicação, divisão e igualda<strong>de</strong> e, no final<br />
<strong>de</strong> cada exercício, estava a resposta <strong>de</strong>vidamente correta, copiada das páginas <strong>de</strong><br />
respostas do livro.<br />
No dia da entrega foi tudo bem, era uma folha à parte, com nome e lista <strong>de</strong><br />
exercícios resolvida. Todos a colocávamos na mesa da professora logo na entrada<br />
da aula. Na outra aula <strong>de</strong> Matemática, a professora Vera entregou as folhas dos<br />
exercícios <strong>de</strong> volta e, na minha folha, estava tudo certo. Havia duas hipóteses: a<br />
primeira era que a professora não corrigira olhando os exercícios, ela conferira<br />
somente a resposta; a segunda era que eu acertara o <strong>de</strong>senvolvimento dos<br />
exercícios o que significava que eu até sabia resolvê-los e nem percebera isso. O<br />
que mais importava para mim é que eu assumia novamente a posição <strong>de</strong> aluno que<br />
participa da aula, senti o prazer <strong>de</strong> fazer a tarefa <strong>de</strong> casa e acertar tudo, era uma<br />
posição realmente confortável, uma sensação <strong>de</strong> missão cumprida. No final da aula,<br />
quando todos estávamos saindo a professora Vera veio conversar comigo e me<br />
questionou sobre os exercícios, ela perguntou <strong>como</strong> eu havia feito para resolver os<br />
exercícios porque ela não conhecia aquele modo <strong>de</strong> resolução, disse também que<br />
34