A educação contextualizada como instrumento de inclusão ... - Unicid
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As disciplinas práticas do curso técnico profissionalizante eram <strong>de</strong>senvolvidas<br />
<strong>de</strong> forma significativa e era possível estabelecer relação direta com o ofício no qual<br />
estava me formando, continuei a ajudar meu pai em ativida<strong>de</strong>s práticas em<br />
mecânica e fazia outras ativida<strong>de</strong>s mecânicas na motocicleta que tinha. O ingresso<br />
em uma escola na qual havia aulas <strong>de</strong> mecânica me <strong>de</strong>ixou numa posição facilitada,<br />
pois o contexto da manutenção mecânica e industrial já cercava a minha vida seja<br />
pelas ativida<strong>de</strong>s que fazia nos finais <strong>de</strong> semana ou pela própria profissão <strong>de</strong> meu<br />
pai. Eu já podia imaginar que seria um profissional e, ao menos, teria profissão<br />
reconhecida. Já no primeiro ano, comecei a trabalhar <strong>como</strong> <strong>de</strong>senhista <strong>de</strong> máquinas<br />
em uma indústria da cida<strong>de</strong>, eu mal tinha entrado na escola e já estava obtendo<br />
resultados concretos.<br />
A aprendizagem na escola tinha relação com a minha vida, a escola propunha<br />
ativida<strong>de</strong>s que me davam prazer, estudar ficou gostoso, essa prática me <strong>de</strong>spertou o<br />
<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> cursar uma faculda<strong>de</strong> e, o mais importante, que tal faculda<strong>de</strong> estivesse no<br />
campo da <strong>educação</strong>. Nesse momento, o meu interesse pela <strong>educação</strong> havia se<br />
<strong>de</strong>stacado em relação à própria mecânica industrial, mais do que apren<strong>de</strong>ndo uma<br />
profissão eu estava apren<strong>de</strong>ndo a apren<strong>de</strong>r e já <strong>de</strong>sejava apren<strong>de</strong>r a ensinar.<br />
As disciplinas com caráter mais propedêutico não tinham significado direto,<br />
eram <strong>de</strong>s<strong>contextualizada</strong>s sem relação com a prática da profissão <strong>de</strong> técnico<br />
mecânica. A justificativa muito forte <strong>de</strong> ser assim era o fato <strong>de</strong> o ensino técnico ter,<br />
<strong>como</strong> objetivo, a formação <strong>de</strong> técnicos <strong>de</strong> nível médio, sem o objetivo <strong>de</strong><br />
prosseguirem em nível superior. Mas, não era isso o que acontecia na prática, a<br />
maioria dos colegas continuava os estudos em nível superior. Como os colegas,<br />
também busquei a formação superior e, após alguns anos no curso <strong>de</strong> engenharia,<br />
tranquei a matrícula e não prossegui com os estudos, me <strong>de</strong>dicando somente à<br />
<strong>educação</strong>.<br />
A escolha pela profissão certamente tem influência direta com minha<br />
experiência <strong>de</strong> vida; eu, que nos primeiros anos da vida escolar, cheguei a acreditar<br />
que a escola não era para mim, ao conviver com colegas <strong>de</strong> classe que atingiam<br />
sucesso rapidamente com os exercícios e, consequentemente, o reconhecimento ou<br />
admiração do professor, pensava que os estudos eram apenas para os que tinham<br />
vocação. Somente <strong>de</strong>pois do ingresso na escola técnica estadual, eu passei por<br />
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