A educação contextualizada como instrumento de inclusão ... - Unicid
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credos e camadas sociais. O Manifesto dos Pioneiros também primava pela relação<br />
entre diferentes níveis da <strong>educação</strong> entre si, e <strong>de</strong>stes níveis com o nível <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento psico-biológico dos alunos, bem <strong>como</strong> pela relação entre a escola,<br />
o trabalho e a vida: entre a teoria e a prática, em favor do progresso. O<br />
estabelecimento <strong>de</strong>stas relações é <strong>de</strong>fendido através do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong><br />
ensino, <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> organização escolar que levasse em conta as<br />
necessida<strong>de</strong>s sociais daquela época, visando assim atingir a funcionalida<strong>de</strong><br />
educativa.<br />
A partir do “Manifesto dos pioneiros da <strong>educação</strong> nova” o uso da palavra<br />
“autonomia” foi escasso nos documentos educacionais e, em nenhum momento,<br />
teve um significado que fosse mobilizador do magistério ou fosse um indicativo que<br />
direcionasse as soluções para problemas educacionais. Em relação ao pensamento<br />
escolanovista Azanha afirma que:<br />
Como se po<strong>de</strong> ver, o tema da autonomia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o “Manifesto dos pioneiros”,<br />
sempre mereceu escassa atenção e quando havia alguma, ela não<br />
ultrapassava o nível <strong>de</strong> reivindicação <strong>de</strong> maior liberda<strong>de</strong> regimental. No<br />
Máximo, reivindicava-se maior liberda<strong>de</strong> dos professores com relação ao<br />
diretor e da escola com outras instâncias administrativas. Mas, afinal <strong>de</strong><br />
contas, liberda<strong>de</strong> para que? Esta, que é a questão essencial não tem sido<br />
suficientemente examinada nem respondida. No entanto, só a resposta<br />
clara a essa questão po<strong>de</strong>rá situá-la nos seus <strong>de</strong>vidos termos, já que a<br />
autonomia da escola apenas ganha importância se significar autonomia da<br />
tarefa educativa. Se assim não for, o assunto se reduz a uma mera questão<br />
regimental. É claro que regimentos escolares são importantes para a<br />
organização e disciplinas das rotinas escolares, mas não po<strong>de</strong>mos<br />
confundir autonomia da escola com a existência <strong>de</strong> um regimento próprio.<br />
Aliás, regimento escolar é apenas uma condição administrativa para as<br />
tarefas essenciais da escola, entendidas <strong>como</strong> a elaboração e execução <strong>de</strong><br />
um projeto pedagógico. (AZANHA, 2006: p.92).<br />
Embora o pensamento escolanovista <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>sse a <strong>de</strong>mocratização da<br />
escola, nessa época o i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> universalização da escola básica ainda era muito<br />
distante. As famílias mais pobres não tinham garantia <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong> seus filhos à<br />
escola embora esse fosse um sonho <strong>de</strong> muitos, a principal crítica a respeito da<br />
<strong>educação</strong> brasileira daquele momento é <strong>de</strong> que se compunha <strong>de</strong> um ensino<br />
fragmentado, sem articulação entre os diversos ensinamentos e <strong>de</strong>les com o mundo.<br />
Os conhecimentos teóricos oferecidos pela escola não obtinham resultados práticos<br />
em suas vidas, uma vez que os postos <strong>de</strong> trabalho intelectual eram <strong>de</strong>stinados aos<br />
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